Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

11 de diciembre de 2010

Trecho 1

Somos humanos, sim somos humanos movidos por tantas coisas.
Acordar, comer, viver, dormir, acordar, dormir, viver e tudo vai passando assim. 
Até que você se pergunta, qual o sentido? 
Ela acordou cedo e fez tudo o que podia, porque a vida passara correndo, outra vez, o verão estava chegando e todas aquelas sensações que ele traz.
Sentia-se um tanto quanto sem rumo, acendeu o cigarro, foi até a janela e a chuva caia lentamente diante de seus olhos, era como a vida que passava lavando e levando tudo. 
Sentia-se mal, por alguns instantes, sentia um embrulho no estomago e uma vontade dessas que dá de encontrar um novo rumo, um novo mundo, um novo lugar diferente dali.

Tudo foi levado pelas águas. Onde estariam aquelas loucuras sentimentais e todo resto?
Estava neutra, e por estar assim, não estava, não vivia. 
Doía não sentir, mais do que o sentir. 
Tudo doía, mas a dor da neutralidade nunca a feriu tanto, como aquela chuva que caía.

28 de noviembre de 2010

Essa coisa

Era tarde ou cedo demais para continuar a história. Eram barulhos, sussurros, loucura, cigarros e fins. Olhou nos olhos tantas vezes, se perdeu tantas outras que nada precisaria agora. Nada faria com que aquela vontade voltasse e aquele brilho nos olhos e toda aquela intensidade de antes. Perdeu, perdeu-se.
Acordar e tentar um novo momento, movido pela intensidade, sim, mas não aquela desejada de antes. Não aquela que sempre gostou. Uma intensidade insana que ao invés de ajudá-la a deixava pior do que antes. Descobriu então que nada tinha mudado, que seu coração tinha parado no tempo e que procurava sem fim encontrar o mesmo sorriso, os mesmos olhos e o completo que se deu em certo tempo.
Mais um cigarro, outra noite, mais alguém. E fim. As coisas são mágicas e intensas se é que você me entende. Você já se sentiu completo alguma vez? Já pareceu ter encontrado sua outra metade? Já fez loucuras com ela? Não contou espaço, tempo, distância para estar junto?
Não precisava demais nada, somente daqueles olhos olhando assim, completamente entregue ao instante. Um passeio na praia de mão dadas, poderia parecer brega, mas na hora não foi. Enfrentar preconceitos e ter por completo. Ver acordar, ver dormir. Sentir. Sentir.
O que acontece depois de tudo? Para onde ir? A vida deveria ter uma tecla, que explicasse tudo. Sinceramente, depois disso, perdi o rumo e não sei. Não sei demais nada e nem o que fazer dessa coisa chamada sentimento.

26 de noviembre de 2010

Morangos Mofados

Ando bem sem tempo para escrever grandes coisas neste espaço.
Porém, deixo uma partezinha de um texto lindo do livro Morangos Mofados de Caio Fernando Abreu...


"Como se fosses tu, assim, entras no teatro  e te chamam dentro do sonho e te convidam para fazer o papel do sonho de alguém, e dizes que nunca viste a peça e nunca leste o texto e nada sabes de marcações intenções interiorizações e te dizem que não importa, porque um sonho não precisa de ensaio."

15 de noviembre de 2010

Vago


Não sei. Mas dói. Sentada na janela pensava no fim do mundo, nas outras estações e em coisas que talvez jamais existissem. Doía tanto não entender. Doía o silêncio e aquele aperto na garganta que parecia preso e não saia de forma alguma. Nunca entendera isso, estes sentimentos que batiam assim de repente e se enfiavam em suas estranhas como facas afiadas que machucavam incansavelmente. E quando a dor parecia estar amena, um movimento voltava a mexer e fazer com que tudo doesse novamente.
Paixão, remorso, dor, algo assim, que não se pode explicar ou então derramar lágrimas?
Silêncio. Um silêncio que domina.
Pensar nela? Seria o próximo fim, era acordar e dormir. Dormir e acordar e o pensamento parecia impregnado, como uma doença que teima em permanecer apesar de toda tentativa de cura e se afundava mais no corpo como se quisesse permanecer eternamente.
Um cigarro, uma canção, a bebida que acabava do frasco e da mente e um novo dia de sol. Todos os segundos e uma borracha que não apaga o lado de cá, não apaga o rastro, o olhar e a vontade que de tão pura quis fazer tudo perfeito e foi quando perdeu um dos amparos e deixou as mãos ao vento.
Ela sempre sentira estas dores, por que afinal não se acostumar?
Estas dores eram constantes. Um dia lhe disseram que nascera triste, aceitara isso e por vezes colocava a culpa de tudo neste nascimento, a ser predestinada a tristeza tamanha. Outras vezes, pensou que fosse só invenção de sua cabeça.
Quis sair encontrar na noite outros abraços e sorrisos, outras conversas e outros olhares. Encontrou nas esquinas, nos bares, nas festas. Porém, a manhã seguinte era repleta de dor e ausência.
Ausência do que nunca tocou, do que nunca falou, do que nunca pode, talvez por medo, precaução ou coisas do tipo. Sentia falta. Mas do que serviria esta falta? Se nada voltaria atrás, se o tempo resolveu mudar a direção e seus passos ficaram vagos outra vez? Não queria ficar ali, mas não sabia exatamente para onde ir...

16 de octubre de 2010

Espera

- Não ela não virá- dizia ele em voz alta para ele mesmo ouvir e ninguém mais. O convite será negado como das outras vezes. Como das outras vezes me alimentará de vontades, desejos, carinhos, carências e irá embora, partindo assim como se nunca tivesse chegado. – Ela não virá, nem mesmo para escutar minhas poesias e histórias de amor que queria ter vivido e choros que queria ter chorado.
Ele sabia assim que ela não viria e isso não sabia se daria dor ou não, era sempre assim. Talvez já estivesse acostumado com essa solidão e se alimentasse de esperança por-um-amor-romantico-para-mudar-a-vida-as-vezes
Ele não sabia o que fazer fumou um cigarro, dois, três, pediu à moça que trouxesse algum álcool que lhe servisse de companhia ao menos.
Ele desacreditava das coisas, tanto que ultimamente a falta dela não causaria surpresa nenhuma, as pessoas não o surpreenderiam mais. Acompanhou a música que tocava no fundo do bar, mais um cigarro – Não, não devo insistir. Depois de um tempo – Queria tanto que estivesse aqui - E o telefone não toca, a outra voz não surge e a calma não passa. Ansiedade, angústia, perda, dor, canseira. – O que está acontecendo? Eu não sou assim, aliás, nunca fui!
Sem resposta alguma, ele queria não pensar, não lastimar e não querer. Pensava o quanto idiota era de esperar por noites de lua que nunca viriam, e viver naquela bagunça e jogos de sentimentos doentios e paranóicos. Queria fugir, fugir dali e não pensar mais.
E esse medo? E esse sentimento de que eu-não-sirvo-para-esse-mundo e de que eu-acredito-em-um-amor-que-não-existe, persistia.
Queria sair pela porta do bar que tocava um rock moderno, andar pelas ruas até que encontrasse um fim, um fim do túnel quem sabe. Cigarros, travestis, prostitutas, moleques usando drogas, uma vida estranha diferente dali.
Porém, não saiu, ele queria ficar mais, acreditar mais, naquele sentimento que se chamava não sabia o que e nem de onde vinha. Ele sabia que todas as vezes que a via era como se fosse a primeira vez de todas, era aquela simpatia de cara, de vida, de rosto, de querer estar sem saber por quê. E outra vez ele sentia aquela esperança - Quem sabe ela se atrasou perdeu o ônibus perdeu a carona, aconteceu alguma coisa... quem sabe – ele pensava.
Quem sabe, isso fosse mesmo invenção de uma cabeça que nada mais tinha para pensar e ficava fantasiando histórias enquanto os outros continuavam vivendo. Quem sabe seus romances e pensamentos fossem para livros e a literatura como essas que se passam aqui.
Resolveu ir embora. Fechou a conta, apagou o cigarro e andou pela rua. Noturna e fiel ao que sempre viu... Solidão, noite, vazio, tudo termina com um copo de vodka, um bar e uma rua vazia.

14 de octubre de 2010

Nova estação


Eram segundos afins. Minutos sem fim. Parada, disparada. Era outro líquido, mais uma dose daquele amor, daquela sensação que alucinava a cada instante. Era o tremor e o medo que se misturavam a uma insanidade cercada pelo cheiro de cigarro em volta e o calor que cercava tudo ali. 
Era da loucura um fim ou um começo. 
Era o que não saberiam explicar nem os grandes filósofos, muito menos quem estava ali.
Já era tarde, tarde demais para voltar a atrás e não querer. Já era tarde demais para não se entregar, ela foi chamada, convocada e estar lá.
Sempre soubera, sempre quisera, porém nunca se entregou. A estação era outra, o mês de outubro começara assim como uma disparada para o fim do ano, fim de tudo, naqueles meses em que se espera loucamente a chegada das férias e um pouco de folga.
Ela sempre soubera que quando as estações mudavam logo viriam coisas pela frente, coisas novas, diga-se de passagem. Um novo emprego, um novo projeto, uma mudança, um novo amor. 
Ah! Como sabia que cada estação trazia algo diferente, mas esta estava diferente mesmo, a começar pelo cheiro de primavera que cercou os seus primeiros dias, cheiro que perseguia seus sentidos por todo canto. Outro passo foi andar por nunca antes tinha andando e descoberto um novo mundo.
Era incrível pensar como as coisas passaram e passariam sempre. Como as pessoas iam e voltavam e ela permanecia de alguma forma intacta e completa.
Foi então que surgiu um sorriso, uma fala, uma voz. Ela nunca soubera entender por que isso lhe acontecia, assim sem querer era sequestrada por um desejo, vontade, amor, carinho, não saberia dizer. Nunca soube. Nem se quer queria explicações a respeito. Deixou-se, deixou-se estar, deixou que tudo fosse dominado, pois era dessa intensidade que sempre falara das outras vezes e sabia infinitamente que está intensidade também mexia com os mais sensíveis. Por isso, a disparada, o cheiro de cigarro, o sorriso e o calor. Sem entender ao certo como as coisas se fazem, andou por um bom tempo, procurou um refúgio e permaneceu ali olhando para a chuva, pensando, crendo, descrendo. Não saberia, queria não sabia ao certo o que. Mas sabia que para sempre ia querer aquela intensidade e aqueles momentos.

2 de octubre de 2010

Amar-te ia


Amar-te ia, assim como uma nova estação
Amar-te ia, se me fossem dados aqueles perfumes
Amar-te ia, se fosse me dado o direito de amar
Amar-te ia, assim como amo a noite em dias de calor
E como as noites de frio se completam em algumas horas
Amar-te ia como as flores que nascem a cada dia
e virão a ser os diversos cheiros que nos rodeariam
Amar-te ia, se o medo não passasse assim
e se ele se desprende daqui
Amar-te ia se me fosse permitido
Se me fosse dado a permissão de amar
Amar-te ia, mesmo se os dias acabassem com a canseira e a correria.
Amar-te ia, mesmo se o mundo todo fosse contra o amor
Amar-te ia sem pensar, sem querer e sem querer
Amar-te ia, assim por amar.
Porque amar não se faz assim
Por mal nenhum, amar-te ia.
Amar-te ia se os dias não fossem mais
tão melancólicos ou se fossem, amar-te ia da mesma forma.
Amar-te ia se me provassem o contrário.
Porque o contrário de amar-te ia é amar-te e não ia.
Amar-te e não ia.
Amar-te, apenas amar-te.

25 de septiembre de 2010

Redação Publicitária

Sempre tive paixão por escrever, porém esse escrever não se dá ao jornalismo sério e cheio de regras. Sempre gostei de escrever na brincadeira falando de coisas sérias, e em outras horas brincando mesmo.
A poesia sempre se transforma em palavras e pensamentos em mim e as rimas saem tão fácil que falar rimando não seria dificil não. 
Escrever... dizem que quem conta um conto aumenta um ponto... enfim.
Redação Publicitária é minha área e "fuxicando" por ai, achei uma poesia bem interessante sobre o discurso comparado ao rio:


Rios sem discurso

Quando um rio corta, corta-se de vez 
o discurso-rio de água que ele fazia; 
cortado, a água se quebra em pedaços, 
em poços de água, em água paralítica. 
Em situação de poço, a água equivale 
a uma palavra em situação dicionária: 
isolada, estanque no poço dela mesma, 
e porque assim estanque, estancada; 
e mais: porque assim estancada, muda, 
e muda porque com nenhuma comunica, 
porque cortou-se a sintaxe desse rio, 
o fio de água por que ele discorria. 
O curso de um rio, seu discurso-rio, 
chega raramente a se reatar de vez; 
um rio precisa de muito fio de água 
para refazer o fio antigo que o fez. 
Salvo a grandiloqüência de uma cheia 
lhe impondo interina outra linguagem, 
um rio precisa de muita água em fios 
para que todos os poços se enfrasem: 
se reatando, de um para outro poço, 
em frases curtas, então frase a frase, 
até a sentença-rio do discurso único 
em que se tem voz a seca ele combate. 

João Cabral de Melo Neto

Por hoje é só!

As vezes é assim

Já era tarde ou cedo demais? Ninguém sabe a hora exata, ninguém sabe o momento de quando as coisas se transformam e passam de uma fase para outra assim. Somos feitos de escolhas, de lutas e de coisas que nos batem com uma vontade mais forte.
Ela sem pre soube disso e nunca foi dada às coisas pela metade, metade de amor, de abraços, metade de tudo, seria o não intenso, a não entrega, seria viver o que não sentia.
 Ela sempre quisera algo além, como dizem , ela sempre quis "algo a mais" e este querer se misturava com vontades que pareciam de um passado distante, escritos em alguns livros ou textos de escritores que também sonhavam.
Ela cruzou pela porta e olhou o céu , as estrelas e a lua e permaneceu frente a frente com um novo lugar. As noites pareciam sempre as mesmas, mas ela saberia que voltar seria perder o que estava além daquela porta, seria não aceitar um novo mundo, permanecer.
Só permanecemos quando sentimos que devemos permanecer. O acaso ou o caminho a fazia sair pela porta, e encontrar  um outro mundo, para olhar tudo de outra forma e era tão colorido, tão cheio de luz que seus olhos não poderiam se fechar.
Não, ela não quis fechar os olhos e nem lembrar do que se passou até lá, pois existia uma força maior que insistia para que o casulo finalmente chegasse a se tornar a mais bela borboleta.
Ela sempre soube que uma hora ou outra teria que se despedir, sabia que sentiria dor, que pareceria um lugar inatingível, uma outra vida impossível.
E acredite, todo mundo se sente assim as vezes como se o mundo desabasse.
Mas, forte foi o momento em que suas asas se entregavam ao vento, ela sabia que não poderia conter, não poderia deixar de aceitar o instinto que lhe chamava, que lhe queria, queria levá-la a uma outra viagem, colorida como um dia de sol.
Foi então que ultrapassou a barreira do quintal, e lá distante ela via. O que via?
 Um completo sem saber, não saberia, nunca soube o que são essas coisas. Tudo estava certo, seu marido, sua casa, seus filhos, do que mais precisava? Tem horas que a vida pede um pouco mais. Um pouco mais de vontade de viver, de querer e a vida pediu a ela que perdesse todos aqueles medos, aqueles preconceitos, porque ninguém mais que ela sabia que a paixão não tem sexo, não tem cor e tem sim alma, espírito. Amava uma mulher, e isso ela sempre soube.

12 de septiembre de 2010

XXXIII Congresso Nacional de Comunicação - Intercom - UCS - 2010

Comunicação, Cultura e Juventude

Era pleno setembro e o reencontro ou o encontro surgia, o Intercom (Congresso Nacional de Comunicação)  2010 subia ao palco pra matar a saudade de Curitiba em 2009. E foi assim que começou aqui na cidade de Caxias do Sul a correria e nós os intitulados “verdinhos” daríamos horas de nosso tempo e dedicação ao que seria exposto por alguns dias em nossa universidade.
A multidão parecia calma no primeiro dia, tudo estava tranqüilo, os sotaques já começavam a surgir, mas a movimentação era calma.
Segundo dia, segundo plano, outros grupos, outras pessoas, apresentações, um “o que faremos hoje”?
A movimentação deveras ia aumentando, as vozes, conversas, comentários sobre o frio se sobressaiam em meio a tantas respostas e indagações. Há! Como era bom! Cada conversa, mais alguma coisa descoberta nunca antes conversada, assim com alguém que nunca antes se tinha visto.
Terceiro dia. No sábado teríamos então alguns eventos diferentes, como o organizado pelas meninas de Relações Públicas da UCS, o chamado “Manggiare com Polenta”, uma degustação de um dos pratos típicos da região da serra gaúcha.  Foi de especial o fato também de termos escolas de chimarrão e aspectos tradicionais do sul apresentados aos nordestinos, paulistas e demais regiões do país.
E para a surpresa geral o que rola no Centro de Convivência?
Um encontro especial entre os congressistas, o horário de almoço era propício para tamanho encontro, o qual fez lotar o centro de convivência, porém o que não era de se esperar e aconteceu assim por um acaso qualquer, é que todo mundo caiu no ritmo da música “macarena” e se jogou na pista, ou no Centro Convivência como preferirem. A empolgação foi tanta que ninguém mais queria para de dançar, já eram duas horas e o povo todo lá, e as palestras, apresentações e tal, hein gente?
De fato, a curtição teria que acabar por algumas horas e voltar à tona durante a noite que seria especial.
Domingo, “a UCS está pouco movimentada hoje!”, porque será hein? Pessoal se acabou na festa da noite, não é? Mas o dia foi especial pra caramba, no finalzinho da tarde o pessoal foi surgindo e aquela ligação do primeiro dia parecia ser mais forte, mais intenso, as amizades, carinhos, romances estavam mais aflorados. E a noite prometida, por sinal era a última.
Segunda feira. Já sentíamos um ar de despedida, nós os “verdinhos” já estávamos com saudades de todo aquele povo, a movimentação diminuía, alguns iriam embora, já teriam ido. Restava a nós comemorarmos e o final da tarde trouxe a alegria, a comemoração, o hino do Rio Grande e o abraço amigo. Momentos de alegria e euforia que ficarão no coração de cada um e serão levados para os próximos encontros e congressos, vibrações que saem da alma, do orgulho e de uma conquista.
Enfim foram tantos momentos que merecem muitos comentários e dedicações. Foram tantos encontros, sorrisos, abraços, olás, sotaques e gírias. Foram tantas pessoas que entraram em meu coração como um furacão que não pedem permissão nenhuma, mas insistem em permanecer e causar efeitos. Só tenho a agradecer a cada segundo que foi nos dado e até o próximo Intercom em Recife.

Foto: Claudia Velho

Abraços a quem participou deste grande encontro!

11 de septiembre de 2010

Descrente

Era madrugada assim, como num momento qualquer a viu ali e nada mais. Em um instante um mundo era tudo que queria, poder estar junto, envolta, conversar, poder entender aquele sorriso e aquele olhar que cercava seus pensamentos, que penetrava os seus e se desviavam assim com um cuidado delicado. Estava linda, como ninguém mais, tinha uma intensidade e um brilho que nunca encontrara em outro ser. Estaria perdidamente apaixonado? Compenetrado naquele mundo ele nunca soubera o que era a verdadeira paixão, pois sempre era trazido por pensamentos que se misturavam com o desejo, a carne, o amor nunca lhe despertara, pelo menos era o que achava até aquele momento. Ela a olhava como quem diz: gosto de te olhar. E ele se perdia em pensamentos vendo-a se embalar pela música, e lhe batia uma extrema vontade de tê-la nos braços e levá-la como naqueles filmes franceses antigos, ou naquelas épocas passadas, ela seria sua bailarina, seu par, sua companheira. E após toda a dança, os dois conversariam por horas adentro, sairiam juntos da festa e ele a acompanharia até me casa lhe falando poesias e coisas bonitas. Era tão forte o pensamento que não cabia em si toda vontade que tinha de descobrir quem era ela e o que passava por si e o que lhe completava. Vê-la ali era estar em outro instante, em outro mundo, talvez se conhecessem de outras vidas, de outros tempos, de um passado secreto talvez, ela completava seu ser como ninguém. O que ele poderia fazer?
A noite tocava um som sem parar e era em ritmo que ele sentia algumas batidas fortes o seu coração disparado. O que fazer agora, era o que pensava. Como devo agir? O que devo fazer? Ela está com alguém? Vou me perder? 
De fato, ele nunca soubera lidar com situações assim, e nem com olhares tão fortes. Ela era linda, seu cabelo preto curto completava sua pele branca e seus olhos de um esverdeado assim que reluzia a luz da noite, a luz da festa, seu vestido lhe caia perfeitamente sobre o corpo pequenino que era o mais belo de todos e seu sorriso parecia atingir todo um mundo que ele nunca viveu.  A sensação era vontade, desejo, ternura, não saberia dizer, quais tantas sensações eram e o que seus pensamentos estavam querendo com tudo aquilo?
Ela parecia estar sabendo de tudo, ter planejado a noite completamente, olhava-o sem parar, sem se controlar. Ele não sabia o que fazer, nunca soubera. Porém, o final da noite chegara e ela procurou-a perdidamente, onde ela estava? Já teria partido como em um sonho? Ele sempre estes sonhos, pena que desta vez não percebera que era real. Era descrente, nunca acreditara que pudesse encontrar alguém que completasse, por isso viviam em sonhos...

2 de septiembre de 2010

Talvez amanhã

Um colorido em preto e branco. Pintei uma janela em uma  semana e a fechei em outra. As vezes acordo com vontade de não acordar, outras vezes não tenho vontade de dormir. Lamentável, mas não sei conviver de certas formas, não aprendi, não me encaixo. A solidão me ensina a viver comigo e preciso dela, e isso parece ser bom ou ruim, são tantas dúvidas, porém eu sei que estou bem onde queria estar do modo como queria estar já não garanto muito.Mas as coisas são como são, as pessoas são como são. E eu continuo a vagar e pensar sobre certos acontecimentos é remexer em algo que não deve ser mexido. Muitas das vezes pensamenos que teriamos respostas a cada estímulo e que mandaríamos em nós mesmos. Mais uma noite chega e a loucura deve prevalecer, sou adepta a ela, estou adepta a ela. Quero um pouco de tudo, quero a insanidade das doses, não quero o amor, não por agora. Talvez amanhã.

29 de agosto de 2010

O fato


Era claro o fato que estaria longe de tudo por alguns segundos em alguma viagem para algum lugar que não se menciona nomes e nem infinitamente se conta os quilômetros. Carregava um pouco de tudo e um tudo de nada. Lembrou-se do sorriso, e de algumas parcelas de abraços dados a um prazo muito longo em que os pensamentos se perdiam. Era uma mistura de azuis, rosas e cores perdidas em um embalo. O embalo longo que a induzia a um futuro não tão distante. Mais uma canção e seus olhos se fechavam ao sentir que estava próxima a sensação, mais uma vez, iria explodir?
Outro final qualquer. Como ele escrevera de premonição. Ela sentira mais uma vez o som chegar aos seus ouvidos, e mais uma voz permanecendo em seus ouvidos. Seria uma canção? Ou um sentido desperto?
Permaneceu, sentada em um canto qualquer como ficava muitas vezes, e olhou incansavelmente o nada a procura somente do que viria do distante. As noites passaram a não ser somente noites, ela sabia disso, sabia também que os dias eram bem mais profundos do que se poderia imaginar. Suas mãos perdidas e seus olhos eram a fonte de sua alma.
Ela nunca entendera completamente sua alma e nem o que sentia em certas estações, era a primavera, o inverno e cada vez se sentia um alguém sem mundo. Estaria para sempre perdida?
Não sei, ela não saberia responder, ela era mais alma do que ser. Sentia mais do que tinha, mais do que tocava. Incompreendida por ela mesma. Continuou a andar...

26 de agosto de 2010

Noites

Fonte: http://olhares.aeiou.pt/sensualidade_em_forma_de_cigarro_foto544979.html
Cale-se um segundo
Sinta  as nossas mãos juntas
O olhar para fora só nos mostra
um outro caminho
Seus jogos e suas desavenças,
Seus amores e suas histórias
Entraram em um novo jogo.


Era meio dia de um outro mundo qualquer, era meia noite de uma escuridão por si só. Ela já andara perdida outras vezes, mas desta era o mistério que a envolvia com a fumaça de seu cigarro e se esvaziava no vento frio daquela noite.
Cantara uma noite toda, e se dopara tantas vezes em embaraços de beijos de outrem, que agora estava a lembrar do primeiro e único beijo que a fizera perder a cabeça e voltar a ser a adolescente sonhadora. Lembrava dos braços que entrelaçavam aos seus e os lábios que tocavam sua pele com sensibilidade e sentimento e impreguinava-lhe uma raiva como se os seus passos tivessem sido todos inúteis.
Andei alguns passos em sua direção e a vi assim de longe, de longe assim a vi com lágrimas no rosto. E sua face de durona se acabava em choros.
Nunca alguém entendera o grande mistério de suas tentativas inúteis de amor profundo, porém, ela sempre soubera que era frágil como uma pétala de rosa e que seu sorriso era uma tentativa em vão de parecer de bem com o mundo.
Cheguei-lhe então assim como quem não quer nada, sentei-me ao seu lado e permaneci por alguns minutos.
Sem entender a tal preocupação ela me olhou nos olhos. Peguei um cigarro, o acendi e a olhei. Ela perguntou-me o motivo de minha presença.
Disse-a que não teriam motivos, mas que o lugar era adequado para entender um pouco dos pensamentos. (Estes que rondam nossas cabeças depois de uma madrugada de festa e que ficam insistindo em fazer presença).
Ela me disse que amava alguém ou achava que amava, ao menos sabia que nunca tinha gostado tanto de alguém como seu ultimo amor.
Eu notava que o vento da madrugada começava bater em seus cabelos. Neste instante bateu-me uma espécie de aperto, que surge as vezes e quase sufoca, entende? Todo mundo já deve ter sentido isso algum dia na vida ou pelo menos sentiu uma dorzinha bem profunda como se o mundo voltasse atrás e os ponteiros girassem em sentido contrário.
Era fato que estavamos ali por um motivo claro. Acendi o próximo cigarro  e a olhei nos olhos, mais uma vez surgiu-me aquela vontade de tocar seu rosto e beijá-la como da primeira vez . Ela continuou a me olhar perdida nos pensamentos e eu em seus olhos. Embriagante mais que a noite, era sentir a intensidade de sentimentos que me vinham quando estava com ela. A noite passara correndo e ela ainda estava a ali. Eu estava ali.

23 de agosto de 2010


Negócios à parte ele estava certo, bastava só mais um dia e os dois seriam eternamente casados, amados e dividiriam a mesma cama, o mesmo café da manhã, a mesma televisão e tudo que na casa havia. Ele estava certo, certíssimo de que fizera a melhor escolha de sua vida e encontrara o par perfeito para viver os sentimentos mais profundos. 
Ela, porém não estava certa, não concordava e ao mesmo tempo tinha receio. Perder que m a amava perdidamente e se entregar ao desconhecido que lhe deixava de pernas pro ar? O que faria? 
Não mencionei, mas perceba você caro leitor que todos as vezes entramos em paranoias traiçoeiras e nos apaixonamos sem querer. Pois bem, ela não soube explicar o que ocorreu no dia em que viu aquela mulher pela primeira vez, só soube que poderia estar entrando em um mundo totalmente diferente. Sua visão embaralhou os sentimentos e suas vontades, misturavam-se com desejos antes nunca sentidos.
Ele por sua vez, acreditava que todo o nervosismo dela existia pelo fato de estarem próximo ao casório e o começo da nova vida. Tolo, nem percebera que sua mulher caíra de encantos por outra bela mulher. E foi assim, a história de um grande amor perdido, principalmente o dele, mas outro ganho por ela.

Alguém ai já viu uma situação parecida acontecer? Já perdeu a noção do mundo ao encontrar alguém que mudasse seus sentidos, vontades e desejos? Já ficou fascinado? Acredito que sempre estamos nestas fazes, que é uma complicação na cabeça de qualquer ser que se deixa levar.
Me disseram que o amor é do passado e que só se entrega a ele quem quer sofrer. Pois bem, se é assim de que graça terá a vida se formos seres movidos a loucura em uma selva de pedra ?
“ Pratique o desapego” diz o budismo. Ok! Ok! Alguém já aprendeu a praticá-lo? Se sim, revele os segredos de como ter um coração de pedra.

Porque eu só sei sentir...

Explicar?


Você acorda e o mundo já despertou há algum tempo. Você fecha os olhos e onde tudo foi parar? Para onde todos foram? Assim o tempo completa seu ciclo de idas e voltas e o presente se joga aos nossos olhos como um infinito que acaba na manhã seguinte.
Seria perfeito poder andar por noites inteiras sentindo o mar, ou então deitar na grama e olhar a lua e ouvir suas conversas. Seria o máximo se os momentos fossem como nos sonhos perdidos em uma noite de sono.
Tocar-lhe as mãos e olhar nos olhos é bem mais intenso do que tantas noites e tantos dias. E estes passos? E estes segredos guardados? E estas coisas que eu não sei entender. Juro nunca soube entender como são as coisas, como sou e como me sinto. Perdi o medo que tinha em uma época e hoje o que acontece? Alguém explica, alguém saberá explicar?
Mais uma nota e a música já entrou nos meus ouvidos e se repete, cada vez mais forte, mais louca e vicio ao som e vicio nessa melodia. Ela me leva a algum lugar, e esse lugar me transforma, tira meus pudores. Nunca entendi o sentido dos pudores com o mundo, nunca entendi o não deixar se mostrar o não deixar viver, o não deixar sentir. Me deixa como sou,  como não me sentia  há um tempo. Queria ter o mundo sentindo como me sinto algumas vezes, com essa força que cerca todos os sentidos e faz sorrir sem querer, queria que teus olhos brilhassem cada vez mais... Motivos a parte que sejamos o que a vida nos traz.

13 de agosto de 2010

Partida

Certo dos seus passos ele levou na mala tudo que tinha, um resto de tudo e um pouco de ambição.
Já não era tarde e não poderia mais andar com a mesma pressa de antes. Levava lágrimas e a lamentação de vê-la e não poder fazer nada.
Seu sorriso amarelo agora era marcado pelas lágrimas e sua mão segurava um cigarro entre os dedos, os quais antes puderam tocar a pele da mais bela mulher.
E tantos toques que antes foram dados já não lhe cabiam mais, nem o perfume que lhe rondava e as certezas que ele tinha.
Levava nas malas um pouquinho da saudade da infância ou de uma outra vida que o paraíso lhe permitia.
Andou sem parar por caminhos nunca antes andados e viu rostos, semelhanças e desatinos de doidos perdidos na escuridão.
O caminho era longo, e o passado passava na frente de seu rosto como um filme que aos poucos foi perdendo a cor se tornando um preto e branco, uma cor sem intensidade, sem brilho.
Ao passar pelo mar ele não recusou o convite das ondas, foi até perto da água e tocou-a pela última vez como em uma despedida, como um adeus. Ele podia ver o sorriso de sua bela por entre as ondas e vê-la saindo da areia com toda sua beleza e exatidão.
A olhou por um tempo como uma contemplação e com a eterna admiração.
 O passado ou o presente se juntavam no exato momento em que ele perdera tudo o que lhe restava.
A morte lhe parecia um fim justo a princípio, afinal sempre soubera que não existiria uma eternidade para sua vida, como não existe para ser humano nenhum.
O princípio e o fim, uma vida corrida e suada passo a passo, resumiam-se agora ao andar pela areia e sentir pela última vez a brisa que vinha do mar e tocava seu rosto.
E aquele perfume embriagante de uma natureza sem fim o consumia por dentro.Era a dor de partir e não poder levar nada. Sabia apenas que ficaria na lembrança de alguns por algum tempo. Qual motivo de sua partida? Porque tivera um fim assim, cheio de despedidas e de caminhos revendo tudo que se viveu?
Anoitecia na cidade dos vivos, enquanto ele seguia os passos ao lugar que não conhecia.
Um passo ao infinito ou talvez ao fim eterno. A morte poderia lhe parecer a perda de um mundo, de uma vida, de pessoas e de tudo que vivera. Ele seguia, sabia que não teria volta, que não teria resposta. Enfim, um dia eu fiquei sabendo que ele tinha chegado, depois de toda escuridão encontrou o que tanto procurava. Por onde andará? Tente-o encontrar em uma destas noites iluminadas pela luz da lua...

28 de julio de 2010

Romantismo?

Às vezes tentamos fechar os olhos e mergulharmos em algum mundo. Nos perdemos por ai em meio a sorrisos e vidas. Sempre pensei compreender o mundo, compreender olhares e descobri, porém, que nada é compreensível. Até os olhos mais alegres choram.
Já me dediquei a tudo, fiz do céu e da terra poesias para os dias mais alegres e os sorrisos mais fortes.  Senti saudade de outros tempos e o desprazer de outros.
Porém, sorrisos às vezes conquistam com uma força que não tiramos do pensamento e nem da emoção. Acredito um pouquinho nessa humanidade que ainda não aprendeu a sentir.
Certas noites me deixam assim conversando com a escuridão e um vazio.
Um vazio que a cada passo se torna maior e mais intenso.
Será o vazio que faz com que nos sintamos únicos e estranhos neste mundo? Tem muita coisa que não concordo, não entendo tantas outras e por ai vai, há de se pensar...  
Alguém aqui gosta de Machado de Assis? 
Perdeu-se lendo histórias de Capitu e seus famosos olhos de ressaca do livro Dom Casmurro?
O amor... Ah!
O amor? Porque cargas d’água Bentinho se apaixona por Capitu?   
A essência da paixão vislumbra os seres, os deixa loucos, insanos, eu já disse e repito se apaixonar é entrar em estado paranóico.
O pior é que seres sentimentais se apaixonam fácil, se entregam fácil e o mundo parece belo e lindo, até que não se leve um chute nas costas ou um tchauzinho amigo.  
Bentinho, Capitu e toda aquela vida, eu acho triste, porém, não existe tristeza mais bela quando se fala com o coração.   
E assim, o ser humano está sempre em busca de sua metade. 
E sabe-se lá se esta outra metade existe?
Fomos feitos para ter alguém ou para sermos livres?
Certo, certo, confesso sou uma apaixonada imperdoável, de mandar flores, de fazer poesia e de dizer que amo só com um olhar. Não acho que deveria confessar isso, mas já que estamos no assunto, me responda ai, você acha que o romantismo é ultrapassado?  
Bentinho se perdia ao ver Capitu, perdia as palavras, perdia o ar, perdia os sentidos e só contemplava.   
Amar é se perder no outro e se encontrar ao mesmo tempo. Amar é conhecer cada detalhe, cada gesto e saber responder sem falar. Amar é sentir prazer sem precisar fazer sexo. Amar é estar completo.
Ah! O amor!  
Vocês já perceberam que muitas das histórias de amor escritas por Machado de Assis, são rodeadas por adultério? Seria a traição um instinto incontrolável? O que seriam estas trocas constantes de parceiros?  
Tenho tantas dúvidas e nenhuma resposta.
Bem que me disseram que o que escrevo deixa um ponto de interrogação no final, sem respostas e só questionamentos.
Mas diz ai:
Você ainda acredita no romance ou isso é só para filmes e/ou livros?
Cena da Microssérie " Dom Casmurro" exibida pela Rede Globo ( Vale muito a pena ver)

22 de julio de 2010

Onde Andará Dulce Veiga?

O som de uma máquina de escrever, uma relação conturbada. Um alguém, o seu mundo e a presença de um dia. O abandono e o caos.
“Vou ao encontro de mim mesmo, mas como eu não sou seu personagem, eu só vou para bem longe de você"
Vida em contos escritos e romanceados. A vida passada em um ambiente, cenas fechadas em personagens, cenas que parecem viagem em uma realidade tão sentimental no realismo e no surreal. A história pergunta: Por onde andará Dulce Veiga? 
O filme "Onde Andará Dulce Veiga?" foge de uma normalidade cinematográfica que eu particularmente achei deslumbrante.
A história se desenrola entre pensamentos, narrações, comentários alheios e frases de Caio Fernando Abreu.
Falando em Caio, não se pode deixar de falar que a história é baseada no seu livro “Onde Andará Dulce Veiga?", confesso que não li o livro, porém, me bateu uma tremenda vontade de me por a ler este romance.
E então, vamos aos fatos não é mesmo?
Dulce Veiga é uma famosa atriz e cantora, conhecida pela maioria da sociedade dos anos 60, uma diva, uma deusa retratada em cada cena que aparece com uma musicalidade incrível e um embalo sem igual, a personagem é interpretada por Maitê Proença.
Surpresos?
Sim mais um filme brasileiro sendo postado! Às vezes reclamo demais, mas quando acho interessante é bom comentar, não é mesmo?


Outra personagem na história é a Márcia Felácio, interpretada por Carolina Dieckmann, a qual herdou da mãe a loucura e a paixão pela música, Márcia é a filha rebelde que tem a sua mãe desaparecida e uma banda chamada “Márcia Felácio e as Vaginas Dentadas".
Caio (Eriberto Leão) é escritor e jornalista que busca entrevistar a nova banda e o desenrolar da história você só saberá se ver..
Não vou contar a história aqui, não cabe a mim caro leitor. Mas digo-lhe que realmente gostei do filme, um surrealismo e uma viagem de imagens e cores, com jogos de cenas diferentes do convencional.
Infelizmente o filme não foi muito comentado, porém me fez pensar sobre o "eu quero outra coisa", tão falado pela personagem Dulce Veiga, que procura sempre "outra coisa", incansável e insaciável como nós vivemos a cada dia, o seu sumiço se torna uma interrogação sem fim, até chegar o fim.
Outro ponto interessante são as personagens com uma liberdade de vida e sexualidade bem aguçadas, como Márcia Felácio lésbica e drogada, Caio com um a certa tendência gay, a presença de travestis, de teatro, de beijos gays e cenas interessantíssimas. Loucuras e viagens da mente humana e da mente de Caio Fernando Abreu.
Devaneios a parte o filme vale a pena. 
Quem não viu o filme, o procure na internet, pois ele não foi lançado em DVD.

12 de julio de 2010

Do começo ao fim - O Filme



Final de tarde e a reunião acontecia, diversas pessoas, diversos pensamentos, idéias e por ai adiante, ou atrás, não importa o fato e nem a situação. Depois de gargalhadas e um ótimo show com uma banda superboa de Curitiba “Dente de Leão”, fomos então à sala de cinema.
“Do começo ao fim” ou do fim ao começo não me importa a ordem aqui descrita.
Mas e ai quem já viu o filme?
A história se baseia em um relacionamento amoroso que surge entre dois irmãos. Com certeza o assunto abordado poderia gerar diversas polêmicas no mundo atual, pois o fato da homossexualidade e o incesto ainda são vistos com certos pudores por alguns olhares da sociedade.  
O fato é que o filme por si só se tornou uma espécie de bolo de cenas mornas, onde a sociedade vive calma e feliz eternamente.
No começo as personagens são crianças e vivem com a ingenuidade delas, o fato é que nem sempre (e na maioria das vezes) uma criança tem o olhar perverso que o adulto tem sobre a sexualidade.
 E em uma das cenas, chegar e perguntar a uma criança se ele tem algo a falar, é como querer fazer com que ele deixe de ter a ingenuidade e pense como um adulto. Pareceu-me que este fato foi escrito ou criado por quem nunca viveu a situação na realidade. Quando que chegamos a uma criança e perguntamos sobre a sexualidade dela sem ao menos ela ao certo saber o que significa?
A história se passa como já li como “uma propaganda de margarina”, onde todos estão felizes em uma união familiar perfeita. Isso, sem objeção, sem nenhuma luta interna que sabemos que todas as pessoas passam na vida não só por descobrir a sua homossexualidade, mas pela situação como no filme de se apaixonar por alguém que não é comum para a sociedade.
Certo que o pensamento do filme poderia ser de uma modernidade, um novo mundo e sem preconceitos. Mas convenhamos, a falta de emoção das cenas e falta de demonstração de intensidade no amor são fatos bem perceptíveis em cada momento.
A transição da infância para o a idade adulta com o sexo é lamentável.
Em qual momento eles descobriram o que acontecia? O que sentiam? O que eram?
A morte da mãe foi como a liberdade e o fim da união familiar. O começo do sexo entre os filhos, não julgo isso, porém faltou a pureza do amor que veio com uma carga de atração que se tentou passar e que nem excitação deu.
Excitação, esse é o nome, em nenhum um momento eu senti revolta, vontade, outra coisa, não senti nada, absolutamente nada. O filme não traz discussão, não faz pensar, parece até a chamada “indústria cultural” da Escola de Frankfurt. O romantismo é fraco e piegas, sem graça e clichê.
Desde quando tudo acontece sem objeção? Que as coisas são perfeitas? Que o mundo é perfeito e que a sociedade fica calada? Que não lutamos contra nós mesmos e contra nossas vontades? Que ficamos perdidos sem saber o que fazer? Desde quando temos pessoas amorfas que só assistem as situações e não fazem nada?  Por que os atores tem corpos esculturais e precisam aparecer nus para demonstrar amor?
Sinceramente, não critico aqui o assunto do filme “homossexualidade e incesto”, porque não acho impossível e não acho errado.
 O que lamento foi a produção, o conteúdo poderia ser exposto com mais sutileza e realidade e traria mais verdade e emoção. As cenas estão em ambientes limpos, lindos e agradáveis, nesse mundo não chove, ninguém briga, nada de errado acontece, tudo flui e na vida tudo flui?
Para pensar e questionar. Quem não viu o filme ainda que veja, quem não quiser não perderá nada.  Mas estou pensando aqui: o gasto com este filme poderia ter gerado algo bem melhor, não acham?  Aluizo Abranches (o diretor) disse que o filme é pós tudo, pois é, acho que o melhor é o tudo e não pós.

4 de julio de 2010

A fase é de amor ou de sexo?


Depois dizem que amor ainda existe...
Horas da madrugada e um casal se abraça fortemente em um filme, como se nada além de eles próprios e seus sentimentos existissem. A minha madrugada era vazia, sem pessoas, sem aquele abraço forte, sem música alta, sem perfumes, cigarros e bebidas. Sem me alucinar de nenhuma forma, cá estava eu a pensar com meus botões: ou o casal está extremamente enlouquecido ou a época está totalmente mudada.
 E assim, ocorreu-me que vi dois filmes seguidos, e ambos seguidos de muitas dores sofrimentos e sexo. Do amor para o sexo. É perceptível que para algumas pessoas o sexo é mais importante do que mandar flores ou olhar a lua com alguém a noite. Não julgo ninguém por estes fatos. Pois, eu ainda me prendo a certa sensibilidade que é dada aos mais humanóides. 
O que era curioso nas histórias é que ambas falavam sobre prostituição. Se bem que o primeiro tinha uma promiscuidade, mais louca e exagerada, que todos temos às vezes, achei mais natural. O segundo filme contava três historias diferentes que acabavam todas na mesma cena e em conjunto. Essa coisa de conjunto faz pensar... Estamos em um mundo tão grande e de lugares tão pequenos, que um beijo aqui leva o comentário a dar voltas na Europa e o feedback já está vindo da China de avião.
Mas e ai quem ainda ama e quem só quer sexo?
Certo que querer sexo, não é um erro e nunca foi, pensamos em sexo por muitas vezes (e na maioria delas ninguém sabe que estamos pensando no exato momento). Certamente a troca de carinhos e certas loucuras não fazem mal a ninguém. Mas pensar em amor, se tornou um consequente pensar em dor e de dor ninguém gosta não é? (A não ser que sejamos sadomasoquistas, ai uma dor cai bem). O fato é que amor faz bem, fazem os olhos brilharem (alguém já viu isso? Mas dizem por ai...). Amor traz um sorriso como se tivesse visto um desses passarinhos verdes que vemos nas manhãs de primaveras (se é que alguém já viu). Confesso que sou amante do amor, da sensação maravilhosa de ter alguém do lado para brincar de contar histórias e também montar a sua própria. Confesso também que não existe a possibilidade de viver sem sexo, e então, me cabe uma questão muito questionável e redundante. Somos seres de sexo ou de amor? Prazer físico ou sentimental?  Convenhamos sexo é bom e amor também. Deduzo então que prefiro os dois.

29 de junio de 2010

Erro de Propaganda

É, a gente sabe que vida de agência é corrida pacas, pois sempre temos prazos, datas a cumprir e tantas tarefas e clientes que as vezes perdemos o controle da situação.
Mesmo assim, erros publicitários são fatais e a redação publicitária pode gerar uma grande discução nacional.
É de responsabilidade do publicitário estar atento ao arquivo que envia para a revista, gráfica, emissoras, rádios e os meios de comunicação. Porém, também cabe a estes meio de comunicação a responsabilidade de prestar o seu serviço com a maior segurança e sem erros.

Hoje saiu na Folha de São Paulo o seguinte anúncio.

Segundo a Agência Pão de Açucar, ela teria mandado dois arquivos para o Jornal, porém o Extra errou e publicou o anúncio da derrota brasileira.

 Pois é, um erro humano, dizem eles tirou a seleção da Copa em termos escritos.


Além deste fato, outro foi apresentado neste mesmo Jornal, um anúncio de certa forma irônico eliminando a seleção do Chile.



















Esses fatos só fazem com quem prestemos atenção, principalmente pra quem é novo na área e quem está há muito tempo nesta profissão.
Errar é humano, não prestar atenção e fazer tudo correndo é burrice.

Uma breve e pequena .... o quê?

Dizem por ai que a tal história de amor foi vendida a um preço bem barato.Não me perguntem de onde veio tanta crença e quem fez com que ela acreditasse que ele seria seu verdadeiro amor.
Enquanto ela andava pelas ruas da pacata cidade onde somente o sol parecia ter vontade de visitar ouviram-se uns ruídos estranhos vindos de um lugar qualquer. Porém, deu-se o fato que ela nem quis saber que tamanha confusão estava ocorrendo. Se sentou então a beira da calçada. E ficou por ali admirando o movimento da pacata cidade.
Passou, Pedro, passou Augusto, passou dona Maria cheia de sacolas que até parecia que nunca tinha visto um supermercado em dia de oferta. Em outras épocas ela estaria em volta do seu príncipe encantado, que de príncipe não tinha nada, talvez somente cabelos loiros como aqueles dos filmes que se vê em desenho animado.
Tamanha distração que ela nem percebera que alguém a via de longe e admirava cada parte do seu corpo, que ficava marcando cada sinal de seu rosto em sua memória.
Ana tinha cabelos pretos e compridos lindos, e seus olhos olhavam com uma intensidade que qualquer ser que lhe passasse pela frente entraria em paixão doentia em segundos. Sei, estou exagerando, mas convenhamos Ana era linda. Tão linda, mas tão linda, que despertou o interesse de quem ela não esperava naquela época.
As horas estavam se passando e aquele final de sábado parecia infinito, foi quando alguém chegou ao seu lado e disse-lhe que estava a horas ali do outro lado, e percebendo que o sol estava disposto a se pôr resolveu que deveria compartilhar o grande momento com quem fosse de seu agrado. Ana sem negar e nem afirmar, só olhou nos olhos e deu um sorriso.
O sol foi dando adeus a cidadezinha e mandando a senhorita lua chegar ao lugar....

25 de junio de 2010

Mídia, cidadania e educação

“Uma nova era sempre começa com novos sonhos e novas vontades. Todos somos movidos pelas vontades mais loucas, e as mais absurdas idéias e é deveras interessante que nos entregamos, porquê o amanhã está em nossa frente.”
Motivos à parte, o que quero por em questão neste momento é o conhecimento de um dos homens da comunicação e de outras áreas humanas que pude conhecer no dia quartorze de maio na Univerisadade de Caxias do Sul. Pedrinho Guareschi é professor e pesquisador CNPq em Psicologia da PUCRS. Formado em filosofia, Teologia, letras, pós-graduado em Sociologia. Mestre e Doutor em Psicologia Social e Comunicação na Universidade de Wisconsin, EE.UU. dois Pós-doutorados, na Universidade de Winsconsin (1991) e na Univerisade de Cambridge, Inglaterra (2002).
A palestra seguiu os guias de três aspectos principais consecutivamente.
Um dos fatos a ser destacado pelo professor foi a mídia e suas concessões. Guareschi abordou o fato de muitos brasileiros não terem o conhecimento de que a midia audiovisual, tv e rádio, brasileiros não tem um dono, o patrimônio é público, ou seja, que todos os cidadãos teriam direto sobre mídia. Ele destacou também a quantidade e os grandes latifundiários da mídia, dentre estes pode-se entender que os canais brasileiros estão comandados por 9 famílias. Isto mesmo, somente nove famílias comandam o que o povo brasileiro tem de informação na sua televisão.
A concessão para um canal funcionar é de dez a quinze anos, sendo rádio ou tv, após isto o canal deveria ser ocupado por outros comandantes, porém o que se vê hoje são grandes riquezas que dominaram e ignoraram estas concessões e nós ficamos a mercê de todo fato sem tomarmos nenhuma atitude.
Em pesquisa realizada por Pedrinho, ele averiguou também que a maioria dos brasileiros não sabiam destes dados e acreditavam realmente que os canais de televisão tinham donos. Outro dado foi levantando na grande Porto Alegre, onde se percebeu que as crianças ficavam até nove horas por dia em frente a televisão.
Outro ponto relevante comentado por Guarescchi foi o cidadão e os seus direitos, já adentrando o fato da falta de ação humana contra o poderio das grandes mídias, e até mesmo a falta de conhecimento da sociedade pelos seus direitos e da falta de luta constante pelas melhorias.
O aspecto da educação poderia ser bem abrangente e levaria um bom tempo para toda discussão já que tinhamos um grande número de estudantes de pedagogia na sala, porém, foi pequeno, mas o bastante para ficarmos com a mensagem de que ” professor não é aquele que ensina ou dá as coisas ao aluno, e sim aquele que faz questionar, que faz perguntas e não dá respostas”.
Guareschi também comentou sobre o canal de televisão BBC, e o tipo de comunicação e jornalismo desempenhado por ele, de forma que as notícias duram em torno de seis minutos, apontando todos os lados e fatos relacionados e não deixando nenhuma resposta, estimulando assim o pensamento.
A ligação entre cidadania, educação e meios de comunicação, seriam e podem ser uma grande resposta e solução talvez para um melhor desenvolvimento da mídia nacional. O professor deixa uma mensagem e destaca a internet como um novo meio de expressão e denúncia do que acontece nas grandes mídias nacionais.
Ele escreveu 15 livros, que valem a pena ser procurados e estão bem em conta. Finalizando deixo um link para os curiosos ou estudantes de comunicação:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/

8 de junio de 2010

Gaúche

Sabe aquele poema que diz que:
" Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gaúche na vida."

A vida as vezes te dá um soco, aquele bem dado sabe, que te derruba? E deixa doendo por dias? É mas tudo passa " eles passarão, eu passarinho". Aprendi a perdoar, confundir-me e a estar feliz por ver alguém feliz.
Sabe, me cansei da tremenda besteira que se move, da babaquice inteira, do sorriso meia boca e das metades, mal comidas, mastigadas, jogadas ao acaso. Aprendi que tem olhares que servem para serem vistos, outros para serem olhados, alguns admirados. Aprendi que quando se olha na olho e fala com convicção é sinal de que se pode confiar, quando isso não acontece já era, a vez passou, e quantos olhares fogem por ai.
Aprendi a não dedicar o meu amor, nem meu olhar, meu gesto, aprendi a não dar colo e quando o der, dar a quem posso confiar.
Teu destino está em tuas mãos apartir do momento tu que decides sair de baixo das cobertas, parar com a indecisão e ir atrás, tua voz se torna, mais doce, mais eterna diante dos seres, e tua vida parece ter algum sentido. Enquanto alguns continuam procurando mais alguns motivos para se sentir bem.
Chorar por amor, me faz bem, chorar de saudade, de carinho, de amizade.
Queria um dia no mundo que tods sentissem a pureza que existe em se deixar levar pelo ser.
Palavras bonitas, são palavras bonitas, mas nunca foram em vão, o poeta sempre confundiu, mas a única intenção era fazer entender. Porque não falo o certo, o errado, falo a metáfora e não deixo a resposta.
E assim vamos indo como o gaúche, nome nos dado, ou então Casmurro, como o Dom, seremos até chegar a hora...

18 de mayo de 2010

Pensando

Esse blog está prestes a ser abandonado, então, ainda que me resta algumas palavras...


Era um dia sem lógica, sem tempo, sem eira e nem beira, quando a vi sorrindo, sorrindo ao mundo e foi quando perdi a razão de ser e me entreguei.
A noite perdurou por algumas horas e sem perceber já estava em mim, como uma marca, um estado, um nirvana, que me fez perder a direção do seguir.
E então te olhei nos olhos aos acordar, e ali estavam todos os momentos de antes e aquele sorriso tão belo como um dia de sol que vem amanhecendo e deixando o dia mais forte, mais intenso.
Porém, nem tudo são flores, e a partida era inevitál. Partiu uma noite, chegou outra, lembranças dos cheiros, das bocas, perfumes, sussuros, era perseguição.
Perseguição da junção de duas coisas, de dois seres, a intensidade de duas almas que se entregavam em cada segundo.
E após algum tempo tudo outra vez, toda intensidade, toda vontade, toda loucura incansável que não se dominava, e bastaram algumas horas para que soubesse que aqueles olhos iriam me perseguir por mais algumas horas. Eram mãos, sorrisos, abraços, beijos, vontades, carinhos e saudades.
Saudade, palavra que se diz por falta, falta de alguém, de algo, de alguma coisa.
Sentir, pode ser bom ou ruim. Pena que todos fogem disso, todos não querem isso.
Dizer que não pode, é mostrar fraqueza, eu sei que posso, porém, o sentir não pode ser em vão.
Quantas coisas já fiz tentando mostrar que estou forte? Que já disse me encobrindo por debaixo dos meus olhos tristes?
Não sei mais para onde vou, meu sorriso segue sozinho, enquanto fico aqui pensando...
O que será daqui algum tempo, como estaremos, o que seremos?
A vida assusta, mas somos mais fortes que estes medos.
Foram certos,
dispersos, patéticos.
Foram noites, frios, ventanias.
Foram olhos sensações
Vontades
Foram sorrisos deixado para atrás
e toda uma nova estação
Foram motivos e desmotivos
que fizeram meus ares
mudarem de destino,
de escolhas.
Foi o não querer,
o não estar e nãos e submeter.
Depois das lágrimas,
os novos tempos surgem.
E a razão chegou,
para dominar,
as vontades,
a vida,
os gestos
e os olhares,
o poeta perdeu a sensibilidade,
e as rosas já não têm
a mesma cor.
A vida muda,
as coisas mudam,
o resto é resto.
E tudo ficou numa noite sem fim,
numa tarde sem nada,
num adeus de outros tempos.

26 de abril de 2010

Preconceito

Ele já havia andado a um bom tempo, e a luzes da luz da rua refletiam sua sombra.
Na sua lentidão se entregava ao ar daquela noite vazia. Pouco bastava para que seus olhos se encharcassem de lágrimas e o salgado descia pelos seus lábios, enquanto a noite parecia o fim das mais belas noites e dos mais belos mundos.
Se pés buscavam um chão e o peito sangrando queria se entregar ao que achava ser a única solução.
A morte então, o fim de tudo, o fim do medo, da dor, das falas em volta em seu ouvido o tempo todo.
Ele se entregou ao que mais temia, é fugiu do mundo com medo da dor.

O que dizer quando a vida acaba? O que dizer quando a televisão te mostra o que acontece no mundo e denuncia a ignorância humana? O que dizer do preconceito que ronda nossos passos? Já passamos por tantas coisas que mais um passo pode ser apenas mais um.
Já assumi publicamente quem sou, já não guardo mais o que é a verdade. Porém, você caro leitor pode achar que é brincadeira quando dizemos que o "xingamento" ainda existe.
Hoje em dia não tenho mais as mesmas atitudes de um tempo atrás, já não escondo a verdade e também já passei por preconceitos que você não deve imaginar o quanto dói, pensar em ser censurado, colocado para fora só por ser quem se é.
É difícil entender né? Quando as coisas não te machucam, porém coloque-se no seu lugar e perceba quanto é medíocre a ignorância de não aceitar o que não conhece. Tente sentir um pouco que você não é diferente de nenhum outro ser e somos todos animais.
Vamos buscando um novo ar , aqui e ali. Enquanto outros procuram ares que não existem e se embriagam de verdades impostas por doutrinas não provadas. Somos parte de uma sociedade dominada pela crença cega em certas coisas e certos fatos são dados como crime enquanto tirar vidas, fazer o mal parece tão simples, não é?
Homossexuais são criminosos? Qual o crime? Amar?
Estaremos então todos mortos, enterrados, enquanto outros se enterram aos poucos a ceguice de não saber o que é o verdadeiro amor. Qual a surpresa? Espera aplausos? A ignorância me revolta, revolta mesmo. Sabe quando você acredita mais no seu nariz do que na a vida que te cerca?

Amar não é crime, não é perversão. Amar é vida e de vida , todos precisam não?
Desculpe se uso palavras ofensivas, desculpe se dou a mão ou beijo quem amo na sua frente, desculpe se amo quem amo, desculpe pela sua falta de respeito, está perdoado, aliás pessoas assim até dão pena.
Não sinto ódio, nem repulsa, pois quem sente isso é porque é incapaz, volátil, fraco, preconceito é para fracos.
A sua verdade falsa, não atinge ninguém, acredite nisso. Enquanto você fala eu ouço música.
Amor não tem sexo. Alma se apaixona por alma.
"Se você se entendesse saberia disso".

20 de abril de 2010

Até onde?

Não sei o que dizer sobre os sentimentos, por isso os resolvi guardá-los, ou deixá-los de lado por um bom tempo. Que a vida leve até onde quiser os meus passos...


Depois de noites inteiras
ainda tenho a lembrança
daquele jovem sorriso
olhando para mim
E aquela intensidade
que ficava a me perseguir
que me deixava tonta
Na graciosidade de suas mãos
Na graciosidade de sua pele
As noites já passaram
Seus olhos não vi mais
Seu abraço
Seu carinho
Ficaram em outra estação
Como o vento de uma praia
e lá permaneceu.
Tudo permanece intacto
guardado em uma caixinha
em um segredo íntimo
e uma vontade.
Seria mais uma poesia,
um verso,
uma confissão.
Seria a morte pela boca,
seria meu fim.
Mas o poeta tem o dom de fingir dor,
fingir sentir,
fingir crêr.
A vida vai e vem
até onde o romantismo viverá?
Até onde o guardarei para outra estação?

15 de abril de 2010

Sabe estive pensando em outras vezes, outras falas e tantas dores. E hoje sinto como que se cada segundo que passou foi rodeado pelas coisas que nunca quis sentir e que me deixaram assim, perdida. Todas as vezes da mesma forma e repetidamente a história se repetirá, até quando?
Até quando estive disposta a doar o meu mundo para a vida? E de que forma aprendi a conviver com tantas coisas?
Digo-lhe que estou cansada, dos mesmos rostos, das mesmas histórias, das idas e voltas que a vida dá porque cada vez mais ele se fecha e sinto agora, como nunca antes senti que ele está realmente se fechando sem deixar um espaço de passagem. Deixando apenas um feixe de luz, e somente isto.
Ele não quer mais, está amargurado, fechado, trancado a sete chaves e de onde não sabe de que forma ainda irá sair.
Meu humano, meu ser, já está longe em outras ideias e outros mundos que somente ele poderá alcançar, porque a vida aqui cheia de histórias de livros para viver parece deveras impossível. Portanto, meu caro leitor não te assustes com as dores de quem escreve e não te assustes se um dia se encontrar na mesma situação, até porquê nós sabemos que a única pessoa que pode sentir é quem vê com os olhos da alma, e você me entende porquê me sente.

11 de abril de 2010

Felicidade

A gente se pergunta, e agora?
Como estamos?
O que fizemos?
A vida é traçada a cada instante, e cada passo os olhares vêm e vão e gente se pergunta por que as coisas estão assim? Porque pessoas morrem aos poucos em alguns lugares? Porque a fome mata a cada segundo em algum lugar?
Porque os homens correm dilacerados atrás do poder e do dinheiro?
E porque não podemos fazer tudo que valha a pena mais de uma vez?
Os homens nascem, vivem e morrem. E somos um e milhões que andam por estas ruas e por estes mundos procurando a fórmula da vida.
Enquanto os amores e seus devaneios perseguem alguns, outros estão na procura, ou simplesmente na vida para vivê-la
Queremos o mundo e queremos a vida. Além de romances queremos gostos, cores, mundos, carinhos, vidas, sorrisos, além da simplicidade, na eterna felicidade de viver. Somos humanos livres e carregados das mais loucas vontades e anseios. Temos a vontade de tudo e ela que devemos saciar.
Bastou-me o tempo da simplicidade, quero a emoção de todos os momentos, agora. O tempo todo.
Quero a loucura, a intensidade que só encontro quando estou assim.
E com o tempo aprendemos a dar a cara à tapa, a se entregar ao mundo e deixar que ele faça o que quiser.
Tudo será válido, e não importa o jeito que me olhes, pois estou vivendo os meus segundos, porque amanhã quem pode dizer que estaremos aqui?
Quem pode dizer que essa minha sede poderá ser saciada em um só momento?
Lembro-me das épocas de ilusão, na qual nos prendemos a momentos e fatos, porém quando abrimos os braços e nos jogamos ao mundo tudo se torna mais belo.
Até os sorrisos nos fazem ver que a felicidade é feita de momentos, e estes momentos são feitos por nós. Unicamente por nós.

22 de marzo de 2010

Até onde poderemos chegar?

Depois que o mar resolve ventar diferente. E depois que o tempo se encarrega de fazer seus destinos e traçar histórias, a gente fica se perguntando: quantos passos poderemos dar para chegar ao lugar que não conhecemos?

Cazuza citou que “amar é abanar o rabo”, pois então que seja e que sejamos nós animais, animais amam, são puros, limpos. Animais não matam por maldade, não se vingam, não olham com pessimismo e não vivem com a intenção e com o sofrimento.

O ser humano sim é um ser fraco, triste, infeliz e insaciável, pois está sempre a procura do que ainda não tem não se contenta e não está bem.

O espiritismo explica certos fatos como conseqüência de uma fase a qual estamos todos passando e que um dia fará parte do nosso novo ser, assim, estamos desenvolvendo nossos espíritos e esse sofrimento social, físico e moral, fazem parte de provas, que são formas de aprendermos a encarar as dores e as tristezas.

Aos poucos aprendo a ir além de mim, além dos olhos, além da voz, dos suspiros, da noite, dos ventos, além do universo abrangente. Vou além do meu corpo e desse ar que perturba e me encontro, comigo mesma no meu lugar, no meu calor, e em mim mesma acabo perdendo tantos medos, e tudo me faz sentir a melhor sensação que poderia ter.

Volto a dizer que o ser humano é fraco, ele finge não sentir, não amar, não querer uma noite a luz da lua, uma conversa de horas a fio.

O ser humano tenta se esconder em meio a uma cara de mal e diz não sentir, e que o romantismo é a fraqueza do ser, penso que é fraco quem não sabe sentir, quem tenta dominar o coração com a própria razão. Tolos, as melhores sensações do mundo não está no que seus olhos e suas mãos podem pegar ou ver, as melhores sensações estão no sentir, não falo aqui, do sentir físico, o orgasmo ou o prazer advindo dos mais diferentes lugares, diferentes jeitos, alucinógenos, ou seja, o que for. Eu falo sim é do sentir, aquele de querer estar, de sentir-se num mundo além do físico, de não saber a hora, de viajar por entre a beleza dos seres, de sentir uma intensidade só em saber que quem ama está junto.

O ser humano racional e o ser humano emocional, distinguem-se, mas no final todos sabem que são mais alma do que ser, mais sentimento do que razão, mais instinto, paixão, menos exato, menos lógico. Todos sabem que somos dominados pelas vontades. E me diz agora, você pensa antes de ter vontade? Você tem a hora exata em que vai sentir prazer? Você pode ser tão lógico a ponto de querer saber tudo sobre o que você tem o maior medo de todos? O medo de amar.