Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

29 de octubre de 2009

Máquina de escrever

Fonte:http://producaoblog.files.wordpress.com/2009/06/maquina-de-escrever.jpg

É de fato estranho pensar que o homem tão primitivo em seus pensamentos em certas ocasiões pudesse buscar através da escrita as respostas para o mundo. Foi quando me vi, no Museu dos Capuchinhos, em Caxias do Sul, diante de uma máquina de escrever que me despertou tanta imaginação que até parece que o lugar, apesar de estar rodeado por antiguidades, permanecia vivo e novo na essência da profissão ali desempenhada.

Eram homens sérios e destemidos, diante da novidade da escrita impressa, com maquinários antigos, impressoras, papéis, nomes marcados e carimbados. Os homens trabalhavam em máquinas grandes e pesadas e alguns pareciam cansados, talvez pelo peso da carga ou ainda quando o trabalho se passava em amontoar jornais e dividir folhas em meio às tantas. E o destinatário final, depois de tanto trabalho, receberia em casa uma notícia, um obituário, uma novidade relevante ou a lembrança de um passado imigrante.

O que se passa em 100 anos de história de um jornal como Correio Riograndense, passa na casa de quem durante parte deste tempo viveu o mundo que foi descrito em cada página. Hoje são folhas amarelas, ontem foram novidades para a dona de casa, para o imigrante e para a criança.

E quantas palavras não foram expressas diante de uma folha de papel e de mãos batendo nas teclas da máquina de escrever? Máquina de cor escura, mas que parece nos dizer que a sua função está além de uma bela imagem.

E fiquei pensando: quem foram os grandes leitores das letras que saíram dela? Quem foram os grandes escritores que entregaram a ela sua expressão e sua vida?
Os retratos das paredes do pequeno lugar revelam quem era, quem foi e quem é o jornal. Uma história contada por um nobre Frei, que se enche de orgulho de quão grandiosa é a vida daquele pequeno lugar que guarda dezenas de sonhos e de olhares para um novo mundo, de uma busca incessante pela alegria de um povo.

Enquanto a viagem pelo passado acontecia, passava-me pela cabeça tantas coisas que a vontade que tive foi de adentrar em um quadro, ou ao menos uma vez escrever algo naquelas teclas e fazer parte daquela história.

Quantas vezes passamos despercebidos por entre portas e janelas de uma grande cidade? Quantas vezes olhamos distante e não vemos nada além de uma simples imagem?

Foi dessa vez, como algumas outras, que vi o preço e valor da história que o homem constrói durante sua vida. São retratos, relatos, personagens, fatos que aguçam minha curiosidade por entender o passado próximo.

Em época de modernidade, tudo parece tão superficial aos olhos que, quando vemos a originalidade de um tempo e a marca de um povo, ficamos boquiabertos. Sempre acontece de eu ficar adorando e admirando a antiguidade. E apesar dos comentários de que o jornal impresso um dia vai acabar, ele não deixará de fazer parte de épocas, valores e costumes de uma sociedade.

7 de octubre de 2009

É assim

As coisas passam correndo e a gente fica aqui de boca aberta, sem entender e sem questionar.
Senti tantas dores ao ver que tudo um dia se foi e que a janela se fechou, mas quando outra se abriu veio correndo alguém e fechou-a novamente.
Minha voz cansou-se aos poucos e
ingênua procurou esconder-se em outro canto, sem destino, sem medo e com pouca coragem de levantar-se e abrir a outra janela.
Qual o verdadeiro sentimento que existe entre as pessoas? Vejo isso de forma tão clara agora.
As fases são outras, não de romance do mocinho e da mocinha, nem da donzela que espera seu cavalheiro.
A época do amor puro passou?
Não sei.
Não sei dizer nada do que os olhos conseguem falar, porque eles são mais fortes que todas as nossas forças juntas.
Porque, eles ainda carregam a doçura que
tínhamos quando criança e que ao poucos vamos perdendo com a idade adulta.
E esse tempo traiçoeiro que leva e
traz pessoas de nós e nos deixa em um espaço onde o infinito parece próximo por não sabermos mais se o dia quer ser noite, ou a noite que chega querendo ser dia.
Será que o valor que dou a um gesto ainda fará sentido?
Será que o detalhe que
mexe comigo, vai mexer com mais alguém?
Parece que o superficial virou máscara de fuga para quem tem medo de amar e viver isso.
É tão complicado deixar que a vida e os nossos olhos falem por nós?
O ser humano tem medo da dor.
Assim o poeta pode fingir a dor, mas a dor é a que ele sente.
Sentir dor é ser humano.