Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

15 de noviembre de 2010

Vago


Não sei. Mas dói. Sentada na janela pensava no fim do mundo, nas outras estações e em coisas que talvez jamais existissem. Doía tanto não entender. Doía o silêncio e aquele aperto na garganta que parecia preso e não saia de forma alguma. Nunca entendera isso, estes sentimentos que batiam assim de repente e se enfiavam em suas estranhas como facas afiadas que machucavam incansavelmente. E quando a dor parecia estar amena, um movimento voltava a mexer e fazer com que tudo doesse novamente.
Paixão, remorso, dor, algo assim, que não se pode explicar ou então derramar lágrimas?
Silêncio. Um silêncio que domina.
Pensar nela? Seria o próximo fim, era acordar e dormir. Dormir e acordar e o pensamento parecia impregnado, como uma doença que teima em permanecer apesar de toda tentativa de cura e se afundava mais no corpo como se quisesse permanecer eternamente.
Um cigarro, uma canção, a bebida que acabava do frasco e da mente e um novo dia de sol. Todos os segundos e uma borracha que não apaga o lado de cá, não apaga o rastro, o olhar e a vontade que de tão pura quis fazer tudo perfeito e foi quando perdeu um dos amparos e deixou as mãos ao vento.
Ela sempre sentira estas dores, por que afinal não se acostumar?
Estas dores eram constantes. Um dia lhe disseram que nascera triste, aceitara isso e por vezes colocava a culpa de tudo neste nascimento, a ser predestinada a tristeza tamanha. Outras vezes, pensou que fosse só invenção de sua cabeça.
Quis sair encontrar na noite outros abraços e sorrisos, outras conversas e outros olhares. Encontrou nas esquinas, nos bares, nas festas. Porém, a manhã seguinte era repleta de dor e ausência.
Ausência do que nunca tocou, do que nunca falou, do que nunca pode, talvez por medo, precaução ou coisas do tipo. Sentia falta. Mas do que serviria esta falta? Se nada voltaria atrás, se o tempo resolveu mudar a direção e seus passos ficaram vagos outra vez? Não queria ficar ali, mas não sabia exatamente para onde ir...

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