Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

25 de enero de 2011

Uma conversa

E então o que você me diz?
Uma noite, um verão qualquer. Um vagão no trem, um caminho sem fim.
Andamos quilômetros a fio, percorremos milhões de esquinas para nos encontrarmos no mesmo lugar e com o mesmo sorriso.
Eu disse que viria, não disse? Que estaria nesta mesa, neste bar e que conversaríamos horas, séculos. Contaríamos a infinitude de culturas e línguas aprendidas, de amores mal vividos, de trabalhos mal pagos e tantas outras coisas que só somaram e que nos fariam tirar uma única conclusão.
Sabe amigo, quando te conheci tínhamos um pensamento leviano. Pensavamos tanto e tanto, quando a maneira de viver não é só pensar é também viver.
E depois da despedida sempre vem a lágrima, vem o choro e estas coisas.
Lembra-se daquelas horas que passavamos rindo e contando piadas da vida? Ah, amigo a vida é tão doida.
Lembra quando declaravamos amor eterno? Sim amor eterno a tudo que fosse bom e que nos fizesse bem.

Diga-me: Você acredita no amor?
Lembro-me também, que existia uma canção que dizia frases lindas e você cantava sem parar e eu ouvia sem parar.
Eu te falei. Eu te avisei que nos encontraríamos aqui nesta mesma mesa, neste mesmo lugar. Você me falaria sobre as mulheres de sua vida e eu te contaria as façanhas da minha. E choraríamos lágrimas de dor, alegria e saudade.
Você e eu sempre estivemos perto, não é? Você sempre esteve aqui em algum lugar destes sentimentos e eu sempre estive aí ocupando algum lugar quase secreto, escondido.
Quer mais algo para beber? Acompanha-me, por que hoje a noite é nossa e de nossas histórias. Porque apesar de tanta coisa vivida quero contar-te o que ainda espero dessa vida.

24 de enero de 2011

Diálogo assim

Pessoa 1 - Pele.
Pessoa 2- Pele.
Pessoa 1 - Sentir.
Pessoa 2- Sentir.
Pessoa 1 - Corpo. Vasto, imenso.
Pessoa 2- Calor, boca, beijo.
Pessoa 1 - Sente?
Pessoa 2 - Sinto e vc?
Pessoa 1 - Sentir, bater, amar.
Pessoa 2 - Amar?
Pessoa 1 - Sim.
Pessoa 2 - Calor.
Pessoa 1 -Você e eu.
Pessoa 2 - Eu e você.
Pessoa 1 - Noite.
Pessoa 2 - Fim.
Pessoa 1 - Não!
Pessoa 2 - Começo, inteiro, agora!
Pessoa 1 - A noite me traz,
Pessoa 2 - Você me traz.
Pessoa 1 - Vem agora?
Pessoa 2 - Estou agora!
Pessoa 1 - Você.
Pessoa 2 - Você e eu.

Sintonia

Sentir, um vento assim.
Entrar assim e sentir.
Lembrar, dizer, falar e calar.
Ir além do próprio lugar,
O mundo está em chamas,
e os olhos choram lágrimas de dor.
Emoção não há
Enquanto milhões caem do céu
e o céu cai sobre milhões.
A correria te consome,
O homem consome o homem
e a sintonia se esvai.

Em um vazio de segundos
Onde você está.
Sintomas de uma dor.
Sintonias de dor.

Uma criança morreu em uma estação.
Milhões delas perderam um futuro.
Enquanto homens desabam com armas
pra cima de vidas inocentes.
Você segue uma canção sem fim
E sem sentido ficamos assim
sem sintonia certa,
sem vida certa.

Um amor disperço em meio às manchas e o sangue
e coração se partindo a cada instante.
O homem acaba com o homem,
a dor acaba com o homem.

E você chora por um momento
procurando a saída.
A sintonia certa para encontrar
uma solução que faça o lugar.
Uma solução para continuar a acreditar.

Noite e vinho

O vinho me deixa poetisando
e sem pensar vou traçando
palavras completas em sentimentos perfeitos
Já sentindo, já falando, já querendo.
Queria um rock n' roll bem pesado.
Ou um tango desses que me carregam.
Talvez um beijo que tire o ar
Ou uma história de ninar.
Queria o mundo,
Mas que emoção?
Sinto-me livre.
Por qual razão?
É esta vivência e este vinho que me faz poetizar sem parar.
Falar rimado, humor jogado, amor batido,
do outro lado.
Falar falando, falar cantado.
Noites como essa me fazem pensar
e o vinho assim me faz poetizar sem parar.

Meu eu em você

Um gesto assim meio desatento, não, ela não viu.
Um sorriso assim, um desalento, sim ela sorriu.
Suas faces de tantos gostos
E sua boca de tanto beijos
Beijando a eternidade em um canção
Beijando-me assim como se não houvesse um fim

Seus braços de tantos abraços
e de um carinho que o fim não há
Dar-te-ia agora as minhas mãos
E te levaria para onde não fostes
E te levaria para onde quisera ir.

Sentir-te em mim apenas assim.
Uma luz e tal, a luz da lua.
Você em mim, meu eu em você
O etecetera e tal é o descrever.

Apaixonar-me então por suas mãos.
Seu corpo e o meu, um gesto e seu,
Quando envolvestes meu eu em você.
Saudade assim, sem descrever.
Sentir bem mais, meu eu em você.
Levar-te em mim, levar você.

18 de enero de 2011

Sobre Reality Shows

Um dos fatos mais comentados ultimamente, como sempre, e era de se esperar é claro, é o Reality Show da Rede Globo, o famoso Big Brother Brasil.
Eu particularmente nunca fui muito fã deste programa, porém confesso que acompanhei a primeira edição. 
E com o passar do tempo outras temporadas foram surgindo, só que acabei percebendo que as cenas se repetiam, eram personagens repetidos de corpos diferentes.
Então teríamos o cara do mal, a menina pobre, um homossexual, um casalzinho bonito, alguns negros e a casa nova, sem falar é claro nas festas e na pegação geral.
Bom, o BBB11 é o fato do momento, ao menos nas redes sociais como o twitter.
Antes de começar o programa eu já tinha em mente que as pessoas escolhidas teriam certas “características especiais”. As escolhas foram : uma transsexual, um número maior de negros, vários modelos, uma bissexual, uma trissexual (o que eu não conhecia), sem falar é claro que o maior percentual de pessoas é da região do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ok. 
E começou o debate e a confusão, a sociedade brasileira de uma parte estava animada pelo novo programa e outra parte estava soltando a língua em cima da televisão aberta nacional.
É certo que pensamos na grande ilusão que a mídia causa, no poder que ela tem de informar e conduzir as coisas e os conteúdos. Sabemos que programas como este são de entretenimento e de certa distração para a família brasileira. De outro lado comentamos que estes programas deixam as pessoas burras e acabam acompanhando a vida dos BBB e deixando de viver a sua.
Pois bem, ultimamente tenho retomado alguns estudos de psicologia, filosofia e do ser humano em sociedade. Além disso, quem já estudou as teorias da comunicação deve conhecer muitas das ideias que já se teve sobre a audiência, como na época da segunda Guerra Mundial onde o rádio era utilizado como meio de calar a sociedade e fazê-la a obedecer ordens. Naquele época acreditava-se que a audiência era um alvo amorfo, sem reação alguma diante do que era enviado pelos meios de comunicação. Portanto, seres burros e alienados que não pensavam por si só. 

Mas quem estudou a fundo estas teorias sabe que elas evoluíram com o tempo e os resultados foram se tornando cada vez mais interessantes e consistentes. Quem faz comunicação sabe que a sociedade é composta de nichos, de públicos distintos, cada qual com seu modo de viver, com sua criação e com seu aprendizado que começa na infância. Sabemos também que cada ser tem uma personalidade única e repleta de gostos, atitudes e preferências. Deste modo, eu posso gostar de mpb, mas meu vizinho mesmo ouvindo minhas músicas escolherá o tipo de música que ele prefere para ouvir. Não serei eu quem farei com que ele goste das mesmas coisas que eu gosto.

Voltando a reflexão do programa, as pessoas que assistem o BBB nem sempre são alienadas como se diz. Confesso que já comentei esta besteira, mas analisando de forma diferente percebo que o bom de se ver algo como este programa é poder entender o que a sociedade busca, o que o ser humano busca e desta forma encontrar respostas e pistas para fazer algo novo e diferenciado. 

A psicologia estuda casos como o BBB, pelo fato da convivência das pessoas serem o centro das atenções e debates, pois o ser humano quando se encontra em um local diferente do seu, com pessoas que nunca viu antes, tenta se adaptar ao novo. Além disso, um confinamento faz com que as emoções sejam afloradas e salientadas na relação humana.

O fato de a televisão brasileira mostrar um programa assim, não é diferente de canais de locais como Estados Unidos, Reino Unido, Bulgária e Alemanha. Todos estes países apresentam programas quase idênticos ao BBB Brasil. Ainda no aspecto reality show vemos em canais como MTV, o tal “família MTV” dentre muitos outros que o canal apresenta. Também neste patamar, temos o programa “A fazenda” (o qual nunca vi). 

Outro ponto de destaque em toda essa discussão sobre programas como este, é a superficialidade dos fatos e das histórias. O que não podemos esquecer é que isso é passado todo dia diante da televisão, seja em um jornal de notícias, novelas, filmes e em muitos outros contextos. 

Não defendo este tipo de programa, mas aprendi a respeitar e percebi que ele serve de estudo quando se quer entender as relações humanas e as ações diante de situações inusitadas. Afinal, são estas situações que geram tanta discussão, e da discussão vem o pensamento e do pensamento a reflexão e consequentemente gera o conhecimento. O interessante desta bagunça toda é entender a reação das pessoas lá dentro e aqui fora e o seu modo de ver e viver a vida. 

Quem estudar um pouco vai começar a entender estes fatos e inclusive que os reality shows já estão na mesa de discussões de vários teóricos. O importante é abranger o conhecimento e estudar estas reações da sociedade, principalmente aos comunicadores que sempre devem estar a par do que a sociedade vive, como vive e o que pensa. 

É claro que existem muitos outros fatos de extrema relevância no país e o importante é estar atento a todos eles. Cabe a cada um fazer a sua parte e abrir os olhos da sociedade para todos estes aspectos.

3 de enero de 2011

Ser humano e suas buscas

Um passo diante do mundo e poderia olhar tudo lá de cima. Um abismo, um lugar não habitado onde ninguém quer cair e ficar por lá. Mas vem cá, nós sabemos o que tem lá embaixo? Seja o fim do mundo ou o paraíso é preciso saber.
 É preciso perceber que um detalhe pode valer mais do que qualquer coisa, do que muitas notas no banco e muitos bens materiais. Você passa a vida pensando no ter, no querer e no agora, enquanto eu aqui só queria ver o por do sol, queria sentir aquele abraço e nada mais.
Sabe que não me importa se eu ganhar o mundo ou perdê-lo?

Para mim não importa nada. Gosto da intensidade que ronda os seres e o seu ser, suas matérias e seus conteúdos, estes são os valores. Suas cores e perfumes, suas noites e dias.
Desejaria agora mudar o ponteiro do relógio e parar em um tempo exato, entre você e eu, ou então, no tempo envolvido naquele perfume de pele ao acordar ou ao adormecer, misturado à grama que serve de cama a uma longa noite.
Gostaria de sentir o ar que rodeia seus dias e essas coisas românticas que dizem por ai.

Sempre tive receio desse negócio chamado amor, como pode algo ser bom e ruim ao mesmo tempo? Como posso sorrir sem querer e em outro instante chorar e doer como um ser no fim da vida rastejando por um pouco mais de água, de ar. Como pode o amor ser tão necessário?

Querendo ou não você busca isso, em coisas simples e se não consegue procura em algum alucinógeno, algum álcool, algumas dessas paixões que fazem esquecer as verdadeiras paixões.
Querendo ou não o ser humano finge não querer, finge também ter medo de se entregar. E sabe que criamos barreiras para nossas próprias vontades?
Alguém me disse “quero amar, mas tenho medo", sabemos que amor por um final traz uma tremenda dor. Mas sabemos também que temos uma necessidade imensa dessa coisa chamada envolvimento. E aí vêm àquelas grandes estórias onde se prova de tudo, de amores de todas as cores, formas, tamanhos, línguas e sexos.
Depois disso, não se encontra nada e ainda se procura e aí procuramos o encaixe perfeito, as palavras perfeitas, o cheiro e a respiração que condizem com o nosso jeito de querer e de viver. 
O fato é que nada se encaixa não como nós queremos.
Aí você encontra o sexo perfeito e falta o amor perfeito. Ai vem à conversa perfeita e o beijo incompleto. Depois disso vem coisas superficiais, mas que para você é muito importante.

Você precisa de alguém perfeito, que sempre esteja perfumado, que sempre esteja sorrindo, que te dê liberdade, que te faça sorrir e nunca chorar e se chorar tem que ser de felicidade.
Sim, sim, você busca o paraíso, aquele paraíso que talvez esteja lá no fim do abismo, ou não.
Mas você quer a eternidade, você quer o sexo louco todo dia, o carinho exato, você quer que alguém entenda cada gesto seu, como se isso fosse possível.

O ser humano busca incansavelmente a perfeição e a calmaria, enquanto a vida é o caos.
A vida é uma melodia cheia de notas diferentes escritas em papel que vai se traçando aos poucos, por isso mesmo a vida não é feita de uma nota só, em um só ritmo e em uma só voz.
A vida não é afinada como aquele violino que você ouviu tocar e nem como a voz da moça bonita em cima do palco. Além disso, é preciso saber gingar, sim, ginga, movimento. E nesse movimento você pode cair, isto é, se ficar procurando a perfeição no que não existe.

A vida é o caos que alimenta os dias de ódio, de loucura, de desejo e de paz.
É tudo assim, não tem pausa não, não espere o momento feliz, que a vida seja repleta só de sorrisos, às vezes ela vem e te dá um soco no estômago, mas pra doer mesmo e para você perceber que o sorriso vale mais. Que a vida é bem mais complexa e movimentada do que o seu desejo.
Por que nada é como você quer, tudo é questão de ser fazer existir. 

Não basta querer a perfeição quando você não faz por si o necessário para isso. Não basta buscar, até porque quando você busca geralmente pouco encontra. Não faça buscas inúteis em um paraíso que não existe.
Você precisa dar visão aos detalhes. Dar visão aos detalhes que nem sempre são visíveis.