Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

28 de noviembre de 2010

Essa coisa

Era tarde ou cedo demais para continuar a história. Eram barulhos, sussurros, loucura, cigarros e fins. Olhou nos olhos tantas vezes, se perdeu tantas outras que nada precisaria agora. Nada faria com que aquela vontade voltasse e aquele brilho nos olhos e toda aquela intensidade de antes. Perdeu, perdeu-se.
Acordar e tentar um novo momento, movido pela intensidade, sim, mas não aquela desejada de antes. Não aquela que sempre gostou. Uma intensidade insana que ao invés de ajudá-la a deixava pior do que antes. Descobriu então que nada tinha mudado, que seu coração tinha parado no tempo e que procurava sem fim encontrar o mesmo sorriso, os mesmos olhos e o completo que se deu em certo tempo.
Mais um cigarro, outra noite, mais alguém. E fim. As coisas são mágicas e intensas se é que você me entende. Você já se sentiu completo alguma vez? Já pareceu ter encontrado sua outra metade? Já fez loucuras com ela? Não contou espaço, tempo, distância para estar junto?
Não precisava demais nada, somente daqueles olhos olhando assim, completamente entregue ao instante. Um passeio na praia de mão dadas, poderia parecer brega, mas na hora não foi. Enfrentar preconceitos e ter por completo. Ver acordar, ver dormir. Sentir. Sentir.
O que acontece depois de tudo? Para onde ir? A vida deveria ter uma tecla, que explicasse tudo. Sinceramente, depois disso, perdi o rumo e não sei. Não sei demais nada e nem o que fazer dessa coisa chamada sentimento.

26 de noviembre de 2010

Morangos Mofados

Ando bem sem tempo para escrever grandes coisas neste espaço.
Porém, deixo uma partezinha de um texto lindo do livro Morangos Mofados de Caio Fernando Abreu...


"Como se fosses tu, assim, entras no teatro  e te chamam dentro do sonho e te convidam para fazer o papel do sonho de alguém, e dizes que nunca viste a peça e nunca leste o texto e nada sabes de marcações intenções interiorizações e te dizem que não importa, porque um sonho não precisa de ensaio."

15 de noviembre de 2010

Vago


Não sei. Mas dói. Sentada na janela pensava no fim do mundo, nas outras estações e em coisas que talvez jamais existissem. Doía tanto não entender. Doía o silêncio e aquele aperto na garganta que parecia preso e não saia de forma alguma. Nunca entendera isso, estes sentimentos que batiam assim de repente e se enfiavam em suas estranhas como facas afiadas que machucavam incansavelmente. E quando a dor parecia estar amena, um movimento voltava a mexer e fazer com que tudo doesse novamente.
Paixão, remorso, dor, algo assim, que não se pode explicar ou então derramar lágrimas?
Silêncio. Um silêncio que domina.
Pensar nela? Seria o próximo fim, era acordar e dormir. Dormir e acordar e o pensamento parecia impregnado, como uma doença que teima em permanecer apesar de toda tentativa de cura e se afundava mais no corpo como se quisesse permanecer eternamente.
Um cigarro, uma canção, a bebida que acabava do frasco e da mente e um novo dia de sol. Todos os segundos e uma borracha que não apaga o lado de cá, não apaga o rastro, o olhar e a vontade que de tão pura quis fazer tudo perfeito e foi quando perdeu um dos amparos e deixou as mãos ao vento.
Ela sempre sentira estas dores, por que afinal não se acostumar?
Estas dores eram constantes. Um dia lhe disseram que nascera triste, aceitara isso e por vezes colocava a culpa de tudo neste nascimento, a ser predestinada a tristeza tamanha. Outras vezes, pensou que fosse só invenção de sua cabeça.
Quis sair encontrar na noite outros abraços e sorrisos, outras conversas e outros olhares. Encontrou nas esquinas, nos bares, nas festas. Porém, a manhã seguinte era repleta de dor e ausência.
Ausência do que nunca tocou, do que nunca falou, do que nunca pode, talvez por medo, precaução ou coisas do tipo. Sentia falta. Mas do que serviria esta falta? Se nada voltaria atrás, se o tempo resolveu mudar a direção e seus passos ficaram vagos outra vez? Não queria ficar ali, mas não sabia exatamente para onde ir...