Sempre tive paixão por escrever, porém esse escrever não se dá ao jornalismo sério e cheio de regras. Sempre gostei de escrever na brincadeira falando de coisas sérias, e em outras horas brincando mesmo.
A poesia sempre se transforma em palavras e pensamentos em mim e as rimas saem tão fácil que falar rimando não seria dificil não.
Escrever... dizem que quem conta um conto aumenta um ponto... enfim.
A poesia sempre se transforma em palavras e pensamentos em mim e as rimas saem tão fácil que falar rimando não seria dificil não.
Escrever... dizem que quem conta um conto aumenta um ponto... enfim.
Redação Publicitária é minha área e "fuxicando" por ai, achei uma poesia bem interessante sobre o discurso comparado ao rio:
Quando um rio corta, corta-se de vez
o discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
O curso de um rio, seu discurso-rio,
chega raramente a se reatar de vez;
um rio precisa de muito fio de água
para refazer o fio antigo que o fez.
Salvo a grandiloqüência de uma cheia
lhe impondo interina outra linguagem,
um rio precisa de muita água em fios
para que todos os poços se enfrasem:
se reatando, de um para outro poço,
em frases curtas, então frase a frase,
até a sentença-rio do discurso único
em que se tem voz a seca ele combate.
João Cabral de Melo Neto
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
O curso de um rio, seu discurso-rio,
chega raramente a se reatar de vez;
um rio precisa de muito fio de água
para refazer o fio antigo que o fez.
Salvo a grandiloqüência de uma cheia
lhe impondo interina outra linguagem,
um rio precisa de muita água em fios
para que todos os poços se enfrasem:
se reatando, de um para outro poço,
em frases curtas, então frase a frase,
até a sentença-rio do discurso único
em que se tem voz a seca ele combate.
João Cabral de Melo Neto