Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

28 de julio de 2010

Romantismo?

Às vezes tentamos fechar os olhos e mergulharmos em algum mundo. Nos perdemos por ai em meio a sorrisos e vidas. Sempre pensei compreender o mundo, compreender olhares e descobri, porém, que nada é compreensível. Até os olhos mais alegres choram.
Já me dediquei a tudo, fiz do céu e da terra poesias para os dias mais alegres e os sorrisos mais fortes.  Senti saudade de outros tempos e o desprazer de outros.
Porém, sorrisos às vezes conquistam com uma força que não tiramos do pensamento e nem da emoção. Acredito um pouquinho nessa humanidade que ainda não aprendeu a sentir.
Certas noites me deixam assim conversando com a escuridão e um vazio.
Um vazio que a cada passo se torna maior e mais intenso.
Será o vazio que faz com que nos sintamos únicos e estranhos neste mundo? Tem muita coisa que não concordo, não entendo tantas outras e por ai vai, há de se pensar...  
Alguém aqui gosta de Machado de Assis? 
Perdeu-se lendo histórias de Capitu e seus famosos olhos de ressaca do livro Dom Casmurro?
O amor... Ah!
O amor? Porque cargas d’água Bentinho se apaixona por Capitu?   
A essência da paixão vislumbra os seres, os deixa loucos, insanos, eu já disse e repito se apaixonar é entrar em estado paranóico.
O pior é que seres sentimentais se apaixonam fácil, se entregam fácil e o mundo parece belo e lindo, até que não se leve um chute nas costas ou um tchauzinho amigo.  
Bentinho, Capitu e toda aquela vida, eu acho triste, porém, não existe tristeza mais bela quando se fala com o coração.   
E assim, o ser humano está sempre em busca de sua metade. 
E sabe-se lá se esta outra metade existe?
Fomos feitos para ter alguém ou para sermos livres?
Certo, certo, confesso sou uma apaixonada imperdoável, de mandar flores, de fazer poesia e de dizer que amo só com um olhar. Não acho que deveria confessar isso, mas já que estamos no assunto, me responda ai, você acha que o romantismo é ultrapassado?  
Bentinho se perdia ao ver Capitu, perdia as palavras, perdia o ar, perdia os sentidos e só contemplava.   
Amar é se perder no outro e se encontrar ao mesmo tempo. Amar é conhecer cada detalhe, cada gesto e saber responder sem falar. Amar é sentir prazer sem precisar fazer sexo. Amar é estar completo.
Ah! O amor!  
Vocês já perceberam que muitas das histórias de amor escritas por Machado de Assis, são rodeadas por adultério? Seria a traição um instinto incontrolável? O que seriam estas trocas constantes de parceiros?  
Tenho tantas dúvidas e nenhuma resposta.
Bem que me disseram que o que escrevo deixa um ponto de interrogação no final, sem respostas e só questionamentos.
Mas diz ai:
Você ainda acredita no romance ou isso é só para filmes e/ou livros?
Cena da Microssérie " Dom Casmurro" exibida pela Rede Globo ( Vale muito a pena ver)

22 de julio de 2010

Onde Andará Dulce Veiga?

O som de uma máquina de escrever, uma relação conturbada. Um alguém, o seu mundo e a presença de um dia. O abandono e o caos.
“Vou ao encontro de mim mesmo, mas como eu não sou seu personagem, eu só vou para bem longe de você"
Vida em contos escritos e romanceados. A vida passada em um ambiente, cenas fechadas em personagens, cenas que parecem viagem em uma realidade tão sentimental no realismo e no surreal. A história pergunta: Por onde andará Dulce Veiga? 
O filme "Onde Andará Dulce Veiga?" foge de uma normalidade cinematográfica que eu particularmente achei deslumbrante.
A história se desenrola entre pensamentos, narrações, comentários alheios e frases de Caio Fernando Abreu.
Falando em Caio, não se pode deixar de falar que a história é baseada no seu livro “Onde Andará Dulce Veiga?", confesso que não li o livro, porém, me bateu uma tremenda vontade de me por a ler este romance.
E então, vamos aos fatos não é mesmo?
Dulce Veiga é uma famosa atriz e cantora, conhecida pela maioria da sociedade dos anos 60, uma diva, uma deusa retratada em cada cena que aparece com uma musicalidade incrível e um embalo sem igual, a personagem é interpretada por Maitê Proença.
Surpresos?
Sim mais um filme brasileiro sendo postado! Às vezes reclamo demais, mas quando acho interessante é bom comentar, não é mesmo?


Outra personagem na história é a Márcia Felácio, interpretada por Carolina Dieckmann, a qual herdou da mãe a loucura e a paixão pela música, Márcia é a filha rebelde que tem a sua mãe desaparecida e uma banda chamada “Márcia Felácio e as Vaginas Dentadas".
Caio (Eriberto Leão) é escritor e jornalista que busca entrevistar a nova banda e o desenrolar da história você só saberá se ver..
Não vou contar a história aqui, não cabe a mim caro leitor. Mas digo-lhe que realmente gostei do filme, um surrealismo e uma viagem de imagens e cores, com jogos de cenas diferentes do convencional.
Infelizmente o filme não foi muito comentado, porém me fez pensar sobre o "eu quero outra coisa", tão falado pela personagem Dulce Veiga, que procura sempre "outra coisa", incansável e insaciável como nós vivemos a cada dia, o seu sumiço se torna uma interrogação sem fim, até chegar o fim.
Outro ponto interessante são as personagens com uma liberdade de vida e sexualidade bem aguçadas, como Márcia Felácio lésbica e drogada, Caio com um a certa tendência gay, a presença de travestis, de teatro, de beijos gays e cenas interessantíssimas. Loucuras e viagens da mente humana e da mente de Caio Fernando Abreu.
Devaneios a parte o filme vale a pena. 
Quem não viu o filme, o procure na internet, pois ele não foi lançado em DVD.

12 de julio de 2010

Do começo ao fim - O Filme



Final de tarde e a reunião acontecia, diversas pessoas, diversos pensamentos, idéias e por ai adiante, ou atrás, não importa o fato e nem a situação. Depois de gargalhadas e um ótimo show com uma banda superboa de Curitiba “Dente de Leão”, fomos então à sala de cinema.
“Do começo ao fim” ou do fim ao começo não me importa a ordem aqui descrita.
Mas e ai quem já viu o filme?
A história se baseia em um relacionamento amoroso que surge entre dois irmãos. Com certeza o assunto abordado poderia gerar diversas polêmicas no mundo atual, pois o fato da homossexualidade e o incesto ainda são vistos com certos pudores por alguns olhares da sociedade.  
O fato é que o filme por si só se tornou uma espécie de bolo de cenas mornas, onde a sociedade vive calma e feliz eternamente.
No começo as personagens são crianças e vivem com a ingenuidade delas, o fato é que nem sempre (e na maioria das vezes) uma criança tem o olhar perverso que o adulto tem sobre a sexualidade.
 E em uma das cenas, chegar e perguntar a uma criança se ele tem algo a falar, é como querer fazer com que ele deixe de ter a ingenuidade e pense como um adulto. Pareceu-me que este fato foi escrito ou criado por quem nunca viveu a situação na realidade. Quando que chegamos a uma criança e perguntamos sobre a sexualidade dela sem ao menos ela ao certo saber o que significa?
A história se passa como já li como “uma propaganda de margarina”, onde todos estão felizes em uma união familiar perfeita. Isso, sem objeção, sem nenhuma luta interna que sabemos que todas as pessoas passam na vida não só por descobrir a sua homossexualidade, mas pela situação como no filme de se apaixonar por alguém que não é comum para a sociedade.
Certo que o pensamento do filme poderia ser de uma modernidade, um novo mundo e sem preconceitos. Mas convenhamos, a falta de emoção das cenas e falta de demonstração de intensidade no amor são fatos bem perceptíveis em cada momento.
A transição da infância para o a idade adulta com o sexo é lamentável.
Em qual momento eles descobriram o que acontecia? O que sentiam? O que eram?
A morte da mãe foi como a liberdade e o fim da união familiar. O começo do sexo entre os filhos, não julgo isso, porém faltou a pureza do amor que veio com uma carga de atração que se tentou passar e que nem excitação deu.
Excitação, esse é o nome, em nenhum um momento eu senti revolta, vontade, outra coisa, não senti nada, absolutamente nada. O filme não traz discussão, não faz pensar, parece até a chamada “indústria cultural” da Escola de Frankfurt. O romantismo é fraco e piegas, sem graça e clichê.
Desde quando tudo acontece sem objeção? Que as coisas são perfeitas? Que o mundo é perfeito e que a sociedade fica calada? Que não lutamos contra nós mesmos e contra nossas vontades? Que ficamos perdidos sem saber o que fazer? Desde quando temos pessoas amorfas que só assistem as situações e não fazem nada?  Por que os atores tem corpos esculturais e precisam aparecer nus para demonstrar amor?
Sinceramente, não critico aqui o assunto do filme “homossexualidade e incesto”, porque não acho impossível e não acho errado.
 O que lamento foi a produção, o conteúdo poderia ser exposto com mais sutileza e realidade e traria mais verdade e emoção. As cenas estão em ambientes limpos, lindos e agradáveis, nesse mundo não chove, ninguém briga, nada de errado acontece, tudo flui e na vida tudo flui?
Para pensar e questionar. Quem não viu o filme ainda que veja, quem não quiser não perderá nada.  Mas estou pensando aqui: o gasto com este filme poderia ter gerado algo bem melhor, não acham?  Aluizo Abranches (o diretor) disse que o filme é pós tudo, pois é, acho que o melhor é o tudo e não pós.

4 de julio de 2010

A fase é de amor ou de sexo?


Depois dizem que amor ainda existe...
Horas da madrugada e um casal se abraça fortemente em um filme, como se nada além de eles próprios e seus sentimentos existissem. A minha madrugada era vazia, sem pessoas, sem aquele abraço forte, sem música alta, sem perfumes, cigarros e bebidas. Sem me alucinar de nenhuma forma, cá estava eu a pensar com meus botões: ou o casal está extremamente enlouquecido ou a época está totalmente mudada.
 E assim, ocorreu-me que vi dois filmes seguidos, e ambos seguidos de muitas dores sofrimentos e sexo. Do amor para o sexo. É perceptível que para algumas pessoas o sexo é mais importante do que mandar flores ou olhar a lua com alguém a noite. Não julgo ninguém por estes fatos. Pois, eu ainda me prendo a certa sensibilidade que é dada aos mais humanóides. 
O que era curioso nas histórias é que ambas falavam sobre prostituição. Se bem que o primeiro tinha uma promiscuidade, mais louca e exagerada, que todos temos às vezes, achei mais natural. O segundo filme contava três historias diferentes que acabavam todas na mesma cena e em conjunto. Essa coisa de conjunto faz pensar... Estamos em um mundo tão grande e de lugares tão pequenos, que um beijo aqui leva o comentário a dar voltas na Europa e o feedback já está vindo da China de avião.
Mas e ai quem ainda ama e quem só quer sexo?
Certo que querer sexo, não é um erro e nunca foi, pensamos em sexo por muitas vezes (e na maioria delas ninguém sabe que estamos pensando no exato momento). Certamente a troca de carinhos e certas loucuras não fazem mal a ninguém. Mas pensar em amor, se tornou um consequente pensar em dor e de dor ninguém gosta não é? (A não ser que sejamos sadomasoquistas, ai uma dor cai bem). O fato é que amor faz bem, fazem os olhos brilharem (alguém já viu isso? Mas dizem por ai...). Amor traz um sorriso como se tivesse visto um desses passarinhos verdes que vemos nas manhãs de primaveras (se é que alguém já viu). Confesso que sou amante do amor, da sensação maravilhosa de ter alguém do lado para brincar de contar histórias e também montar a sua própria. Confesso também que não existe a possibilidade de viver sem sexo, e então, me cabe uma questão muito questionável e redundante. Somos seres de sexo ou de amor? Prazer físico ou sentimental?  Convenhamos sexo é bom e amor também. Deduzo então que prefiro os dois.