Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

28 de mayo de 2011

PodCast - Trecho de Dom Casmurro

Para quem não quem conhece a obra... fica ai um trecho! Vale a pena ler...



Trilha:



Microssérie:

21 de mayo de 2011

Um pouco de mim



Era em uma estação fria, dessas que não se sabe se o frio congela o próprio ar ou as almas se perdem pelo gelo frio que cerca os corpos. Foi no frio de uma noite que vim ao mundo pelo calor de um corpo. 
Quisera eu ter nascido no calor, aproveitado a estação, mas já nasci no inverno onde o silêncio é maior e o aconchego também.
Da cidade de onde nasci não lembro nada, só a conheci no nascimento e olhe lá se um dia voltarei. 
Mas sabe que sinto vontade de conhecer devidamente o lugar que me trouxe ao mundo, porque dos braços de onde vim eu bem sei.
Era frio, eram torneiras congeladas e uma geada que se amanhecia derretendo-se pelas folhas e telhados de um lugarzinho pequeno no interior do Estado.
Lembro-me assim, que fui crescendo entre o mundo verde, um riozinho e um grande caminho, terras, montanhas, gramados e animais que me fizeram tão feliz quanto um sonho que não sei se voltará.
Meus pais, meu mundo, família grande e abraços de um lugarzinho que pra mim era mágico.
Porém, aos dois anos de idade talvez eu tenha tido uma chance de recomeçar, não sei porque motivos, mas já cheguei no hospital com quase nada de respiração e apagando para a vida e meus pais com poucas esperanças. Após alguns instantes voltei e continuei a seguir a história.
A infância rodeada por grandes estradas, passeios a cavalo com meu pai e brincadeiras que nunca deveriam acabar. Lembro de muitos sorrisos daquela época e poucos choros. 
Lembro-me de muitas gargalhadas com meu avô e meus primos em volta de uma arvorezinha cheia de caquis, os melhores do mundo.
Meu avô, um herói, a pessoa que mais admirei em toda a minha vida até agora e com certeza será meu ídolo eterno. Tu também deves ter alguém assim, não é? Alguém que tu admiras e te serve de exemplo, alguém que age com alma e com o coração em tudo que faz. Alguém que senta ao teu lado e brinca de ser criança e que te faz sorrir sem parar. Alguém que te deixa uma saudade imensa e te dá um aperto no coração só de pensar que não está mais como estava uma vez, em vida. 
Ao pensar nestas coisas, me questiono o quanto passamos correndo na vida, procurando milhões de sorrisos enquanto alguns estão tão próximos nos fazendo sentir a verdadeira vida. Eu não seria nada se não tivesse as pessoas que tenho em minha volta, principalmente a família.
Mas hoje me bateu saudade de andar a cavalo, andar sem rumo, me perder entre os verdes e os ventos da primavera, com o cheiro de mato e os pássaros cantando as mais belas canções que só eles sabem.
Me deu uma vontade imensa de dizer ao mundo o quanto sinto dentro de mim, que nem sei dizer o quanto sinto, coisas assim de quem nasce em um dia frio de inverno, enquanto a geada derrete-se nas folhas e nos telhados do pequeno lugarzinho, do grande mundo, que um dia foi meu.
São tantos fatos que um dia eu continuo, enquanto a vida existe. Enquanto as chances me são dadas e enquanto os sorrisos alimentarem nossas almas continuarei a seguir e continuar a minha história.

14 de mayo de 2011


É dificil guardar o coração, camuflá-lo em meio a tantas coisas e tentar viver sem pensar nele.
Tenho vontade de olhar a lua do mesmo jeito que olhei uma vez, de sorrir sem querer, se abraçar como se fosse a última vez, sabendo que daqui algumas horas abraçaria outra vez. Tenho vontade de dizer ao pé do ouvido todos aqueles poemas que costumava declarar algumas vezes. Hoje só a noite me escuta, só os ventos e o frio que chega em minha janela entendem o que meus olhos querem viver.
Quero sentir as mãos, ouvir as histórias, despertar sorrisos, assim, no simples estar. Talvez tenha me perdido no caminho, entre olhares, abraços e tentativas inúteis de viver um grande amor. Um grande amor que nunca existiu e nem ao menos sei se existe, é tudo em vão, como o que escrevo agora.
O ser humano vive a procura de estar completo, de sentir-se bem, e há os que digam que é possível ser feliz sozinho, não me convencem, porquê um olhar verdadeiro é mais intenso do que noite de festa.Muitos não querem amar para não sofrer é como entrar no mar e não querer se molhar. O ser humano depende sim de outro, até para sobreviver. Cancerianos, como eu, são eternos carentes, incompletos.
Quero cantar a canção mais bela olhando nos olhos e falar com a alma de quem escuta. Quero poder sentir saudades, não ver a hora de chegar o dia, os minutos, os segundos. Quero fazer planos, escrever uma história, declarar aos sete ventos o quão é belo amar. Porque sei que é belo, como essa noite de neblina que encobre a lua, como encobre meus olhos e meu coração. Quero as estrelas, o gosto, o sabor, o perfume e o aroma que faz tanta falta aqui. Queria poder sentir o mundo com o coração disparado, dilacerado. Essas são as noites, amanhã serão os dias e tudo permanece da mesma forma, talvez mais alegre, mais triste, mas assim, com a noite encoberta, enquanto o tempo não resolve continuo a seguir assim.

1 de mayo de 2011

Nasci para o mundo

O acaso ou o destino sempre teimam em fazer com que o mundo continue a girar.
E aí você caro leitor, começa a pensar se tudo que está acontecendo já está escrito em algum lugar, e também nestas crendices todas que as pessoas de fé acreditam.
Ou então que a vida não passa desses fatos que vamos construindo a cada dia e a cada novo olhar.
Atualmente a sociedade está em busca de afirmação e de direitos, é bem fácil de perceber isso, ao consultar as mídias e conversar com as pessoas. Existe uma eterna busca por aceitação e ai vem aquela ideia de bulling, de preconceitos, de raças de sexos, que se resumem ao que? O ser humano está tentando se tornar mais humano, talvez agora depois de tantos anos as pessoas estão abrindo os olhos para o que é essencial na vida? Ou seja, saber viver?
O engraçado de saber viver é que ninguém nunca sabe como se faz. Sempre estamos na busca de algo mais forte, intenso, algo que nos faça perder o ar, virar a cabeça, perder o rumo.
Sempre queremos mais, sempre mais.
A vida é assim nos vicia, como uma droga e dela não podemos fugir.
Chorar aos trancos e barrancos e pensar que o mundo acabou é para quem tem medo da imensidão da vida.
A graça de tudo, de não saber viver, é tentar saber ou fingir saber.
A graça de correr em meio a chuva, de ficar rindo por motivos bobos já é uma tentativa de se encontrar, porém para se encontrar as vezes dói. Dói, como uma ferida que é cutucada com uma ponta de agulha que arde, que te faz perder os sentidos.Mas a dor no final das contas é compensadora.
 

Sentiu-se pronto para a viagem, com suas malas,  uma carregada  da vida que já viveu e outras dos projetos de um futuro.  Saudades, lembranças, amores, sentidos, família, tudo foi grande, vasto e intenso. Porém o mar, a vida, tudo continua a viciá-lo, a deixar louco e a procura de mais, como uma sede insaciável de sexo e de prazer absoluto. Ele nasceu para o mundo, para desvendar o que ainda não foi desvendado, para fazer-lhe algum sentindo toda essa ideia de não sabe viver.
Amadureceu com o tempo e aprendeu a voar sem tirar os pés do chão, sem se chocar com a dor e com os medos. Aprendeu a voar para não perder a graça de tentar viver. Aprendeu a sentir de verdade e não ser pela metade, a não ser por instinto, nem por coisa alguma.
Quis ser sim o único para si e para o mundo. Aprendeu que alguns nasceram para um pequeno mundo e outros para o mundo todo. Se encaixar em alguns destes grupos seria uma tarefa um tanto quanto embaraçosa para ele, pois só queria levar nas mãos as vontades e uma rosa, que nunca perdera o perfume e que carrega o seu interior, a sua essencia de ser.
Porque aprendeu a voar, sem tirar os pés do chão e estar com ele é voar também. É ser intenso de verdade.



Tentar se afirmar é comum aos seres, tentar viver a cada dia é declarar a si mesmo um verdadeiro amor, não de corpo, de medos, amor de alma, que é o que eu e você sentimos agora mesmo que alguém se declare que não tem sentimentos. Os olhos falam demais, bem mais que as simples palavras.
Eu nasci para o mundo e o quero por inteiro.

18 de abril de 2011

Mídia rádio - 2009

Trabalho de adaptação de um conto infantil para o rádio.
Produção e locução de acadêmicos de Comunicação Social da Universidade de Caxias do Sul.
Dezembro de 2009.



Até Breve!

Cantoria - Laboratório de Criatividade UCS

Um dos melhores semestres que já se passou pela UCS e que foi marcado por momentos maravilhosos!
Pessoas muito especiais e um professor sensacional!
Aí está o nosso Jingle fictício de uma Campanha de Natal.



Trabalho de Laboratório de Criatividade - 
UCS Curso de Publicidade e Propaganda
Dezembro de 2010.
Peça jingle do evento chamado “Cantoria Atlântida"
Baseado em empresa real, foi criado a publicidade fictícia por 
Duani Verlindo de Lima, Carolina Helena de Souza Ferreira
e Mariana de Martini Bonesi.
Docente responsável: Marcos Brod Junior


Até breve!

17 de abril de 2011

PodCast - Continuação de Os Dragões não Conhecem o Paraíso

Continuando o conto de Caio Fernando Abreu:



Espero que tenham gostado do conto e até breve!
Ah! E deixo também uma foto de dois gênios : Cazuza e Caio Fernando!

2 de abril de 2011

Podcast entrando no Retrato Comunicado

Olá!
Há algum tempo atrás resolvi criar um blog somente com Podcast e lá postei alguns áudios, porém senti um afastamento entre este blog e o outro e por isso resolvi trazer tudo para cá. 
Tudo no mesmo blog! Para quem não conhece espero que goste! 

Primeira Postagem:  Os Dragões não conhecem o Paraíso.

Livro lançado em 1988 pela Companhia das Letras.
Texto de: Caio Fernando Abreu.
Caio Fernando nasceu na cidade de Santiago em 12 de setembro de 1948 e faleceu em Porto Alegre no dia 25 de fevereiro de 1996. Foi jornalista, dramaturgo e escritor. 




Sarau Elétrico com a @, o Luís Carlos Fischer e a Claúdia Tajes . 
Dia 26/03/2011


Até breve!

21 de marzo de 2011

As vezes se sente mais do que se pensa e se afunda mais do que deve.
É estranho querer ter uma borracha e apagar alguma coisa que já passou, quando isto fez tão bem que você repetiria por toda a vida o mesmo mundo, olharia nos meus olhos e veria aquele sorriso contagiante que completa os instantes.
Já escrevi cartas de amor, já falei mil vezes de romances, mas com você aprendi a ser fria. Sim fria como alguém que desacreditou do cheiro e dos perfumes quando o dia amanhece e quando os corpos se encontram em uma noite.
Aprendi isto assim meio que por obrigação, afinal de contas sentimentos são coisas que não devem ser levados tão a sério. Se é bem isso, não sei. O fato é que alguns fecham o coração as vezes e esquecem a chave para a abrí-lo novamente. Não sei em que canto qualquer derrubei ou escondi de mim mesmo a saída deste labirinto e após milhões de voltas acabo chegando novamente em teus olhos que estão vivos em minha visão.
Eu saberia contar tudo o que se passou até aqui e prever o que irá acontecer daqui para a frente, mas sabe a falta as vezes dói. Como Caio Fernando disse que não se sabe se dói mais a dor da morte ou a dor da perda.
Acho que tudo foi um sonho, não foi? Sonhos são bons as vezes, mas não queria que se tornasse o tormento que não sai de mim. Não queria não.
Mas vamos aos fatos. Temos fatos? Vai saber, eu nunca soube, nem você.
Só sei que precisaria de uma borracha para apagar certa dor.

28 de febrero de 2011

Sentimento de perda

Um dia me disseram que partir doía. E a dor seria imensa. Partir dói? Não sei. Mas pra quem pra fica dói, dói perder. O ser humano não está acostumado com a perda, com o sentimento de que alguém que se ama, que se gosta vá embora como um dia que passou e não volta e que fica na lembrança, no coração e nos retratos. Dói pensar que tudo se vai, tudo se esvai, como um poema. Porém, um poema sempre faz sentido e é por isso que quem vai, sempre fica. Fica em mim, fica em nós, fica em quem é humano e sente que partir é uma maneira de dizer até logo, até breve, até um dia, em que possamos nos encontrar em outro abraço. O humano por mais que tente é pura alma, é puro ser, ele sente mais, o físico é apenas um estado, porque o amor, a ternura o carinho não está na matéria em si, por isso existe tanta intensidade na dor e na felicidade.
Alguém partiu, alguém viajou para as estrelas e de lá vê o mundo aqui embaixo tão pequenino, mas seus olhos brilham a cada instante que sente as pessoas que ama. Alguém levou um pedacinho do mundo e deixou um sorriso lindo no coração de cada um. Para quem fica parece impossível lidar com a partida, mas fica o sentimento para sempre em si do que nunca se vai, da pessoa que o encantou. Apartir do momento que alguém te encanta você está predestinado a ter esse alguém no coração para a vida inteira, para outras vidas.
Alguém partiu e deixou ao mundo o melhor de si. Deu o melhor de si para a vida na terra. Alguém deixará uma saudade imensa que será saciada na lembrança dos momentos mais belos vividos com cada um. Alguém sorriu e disse que valeu a pena.
Tudo vale a pena e o fim não existe e sim um recomeço. Todos se encontrarão. Trazendo na alma o mais puro do ser humano o afeto, o carinho. E assim, percebemos que a vida é uma fase de muitas outras. Quem sente, sente para sempre.

24 de febrero de 2011

Acerca de dores e sociedade sem ação

Dores. Sempre sentimos certas dores ao acordar ou ao ir dormir. Não aquela dor física sabe? Mas aquela dor de sentir ou não sentir. O fato é que o ser humano se apega, sim, este é um dos fatos mais conhecidos, temos a capacidade de sentir, de querer e de ser cativado, como no pequeno príncipe quando nos cativamos precisamos da presença de algo ou alguém.
Tamanho é a carência do ser humano que um minuto de silêncio é um minuto de agonia. Precisamos estar em contato, se não precisássemos não estaríamos em redes sociais, não estaríamos nas festas, nas ruas, estaríamos longe de tudo.
O ser humano é tão humano quando se deixa sentir. Amizades, carinhos, romances, muitos envolvimentos, muitos "te quero ao meu lado até o fim".
E quando percebemos não podemos viver sem alguém, porque é dor, saudade é dor, querer estar é dor, lembrança é dor, mas de tamanha dor renasce uma alegria incessante. E ai tu tens nas tuas mãos a dor e a felicidade, ambas na balança da vida se equilibrando entre tantos outros pesos.
Estamos carentes de um mundo que pede cada vez mais materialidade, futilidades, exposição de corpos e de dinheiro na conta bancária. A mídia todo dia registra a ganância de um povo que quer o mundo, mas acaba aos poucos com ele.
Em um país alguns povos ainda lutam pela liberdade, fato que já deveria estar em um passado bem distante. Morrer pela liberdade, morrer para viver. Falando nisso, o Brasil passa por fases parecidas, enquanto o congresso morre para ver quem rouba mais, a sociedade busca se desenvolver, amadurecer, recriar. Leis, justiça e direitos.
Direitos...Jean Wyllys está em busca de conquistar os direitos homossexuais, direito civil igual ao de qualquer outro brasileiro. O que impede isto, é o pensamento antigo de pessoas que estão no poder e não entendem nada de psicologia e do ser humano, destinam-se a criticar e dizer que o homossexualismo é algo influenciável. E que além disso "liberdades" como esta, podem induzir as pessoas a serem homossexuais.
Jean propõe um novo modo de falar e de abrir as mentes da sociedade desde criança nas escolas, porém também menciona que é preciso desenvolver as mentes de alguns professores que continuam com pensamentos retrógradas de uma sociedade que já passou faz muito tempo.
Acho justo essa nova batalha que ele esta traçando, porém o que me parece, é que as pessoas estão tão acomodadas ao seu mundinho que não fazem nada para apoiar a causa, não querem se expor. Pois bem, em um passado não muito distante pessoas morreram para conquistar o direito de amar alguém do mesmo sexo, agora vem alguém e diz que não quer se expor. Acho lamentável, uma sociedade que quer a liberdade e não corre atrás dela.
E ai ficam fechados no seu mundo, pensando que um dia essa dor vai passar.
A sociedade brasileira está carente sim, de um novo olhar e de uma vontade de viver,
sem vergonhas, sem lamentações e de lutar com garras pela conquista de um novo mundo. As coisas só acontecem quando mexemos com a gente mesmo e cavamos lá no fundo da alma o recomeço, a renovação. Quando se esta vivo se deve estar no palco e não na plateia.


Mais informações sobre o projeto de Jean Wyllys aqui: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI212480-15223,00-A+FRENTE+GAY+NO+PAREDAO+DO+CONGRESSO.html

13 de febrero de 2011

Essa roda

E a gente já sabia que toda a história seria traçada com uma pena e um pouquinho de tinta que é pra deixar tudo mais bonito, entende? Mais e esta solidão que permanecem em nossos olhos quando nos olhamos assim sem querer? E quando nos encontramos sem querer nos sonhos de outra vida? Você seria capaz de se deixar rodar nesta roda e fazer do momento um sentimento?

Não, não seria, conhece-te dos pés a cabeça, conheço-te dos olhos até a alma. A modernidade te pede mais vida, mais pessoas, nada de sentimentos e dores infernais. Enquanto eu me sinto em séculos passados, alimentando-me de verdades inuteis para este presente. Enquanto as noites, as pessoas seguem passando com sorrisos futeis e eu me paraliso em frente dela. Me pergunto até quando continuaremos a girar assim?
Me encontrarei, te encontrarei? Onde vamos chegar? É inutil pensar, talvez seja.

Sai a procura de mim mesma.

25 de enero de 2011

Uma conversa

E então o que você me diz?
Uma noite, um verão qualquer. Um vagão no trem, um caminho sem fim.
Andamos quilômetros a fio, percorremos milhões de esquinas para nos encontrarmos no mesmo lugar e com o mesmo sorriso.
Eu disse que viria, não disse? Que estaria nesta mesa, neste bar e que conversaríamos horas, séculos. Contaríamos a infinitude de culturas e línguas aprendidas, de amores mal vividos, de trabalhos mal pagos e tantas outras coisas que só somaram e que nos fariam tirar uma única conclusão.
Sabe amigo, quando te conheci tínhamos um pensamento leviano. Pensavamos tanto e tanto, quando a maneira de viver não é só pensar é também viver.
E depois da despedida sempre vem a lágrima, vem o choro e estas coisas.
Lembra-se daquelas horas que passavamos rindo e contando piadas da vida? Ah, amigo a vida é tão doida.
Lembra quando declaravamos amor eterno? Sim amor eterno a tudo que fosse bom e que nos fizesse bem.

Diga-me: Você acredita no amor?
Lembro-me também, que existia uma canção que dizia frases lindas e você cantava sem parar e eu ouvia sem parar.
Eu te falei. Eu te avisei que nos encontraríamos aqui nesta mesma mesa, neste mesmo lugar. Você me falaria sobre as mulheres de sua vida e eu te contaria as façanhas da minha. E choraríamos lágrimas de dor, alegria e saudade.
Você e eu sempre estivemos perto, não é? Você sempre esteve aqui em algum lugar destes sentimentos e eu sempre estive aí ocupando algum lugar quase secreto, escondido.
Quer mais algo para beber? Acompanha-me, por que hoje a noite é nossa e de nossas histórias. Porque apesar de tanta coisa vivida quero contar-te o que ainda espero dessa vida.

24 de enero de 2011

Diálogo assim

Pessoa 1 - Pele.
Pessoa 2- Pele.
Pessoa 1 - Sentir.
Pessoa 2- Sentir.
Pessoa 1 - Corpo. Vasto, imenso.
Pessoa 2- Calor, boca, beijo.
Pessoa 1 - Sente?
Pessoa 2 - Sinto e vc?
Pessoa 1 - Sentir, bater, amar.
Pessoa 2 - Amar?
Pessoa 1 - Sim.
Pessoa 2 - Calor.
Pessoa 1 -Você e eu.
Pessoa 2 - Eu e você.
Pessoa 1 - Noite.
Pessoa 2 - Fim.
Pessoa 1 - Não!
Pessoa 2 - Começo, inteiro, agora!
Pessoa 1 - A noite me traz,
Pessoa 2 - Você me traz.
Pessoa 1 - Vem agora?
Pessoa 2 - Estou agora!
Pessoa 1 - Você.
Pessoa 2 - Você e eu.

Sintonia

Sentir, um vento assim.
Entrar assim e sentir.
Lembrar, dizer, falar e calar.
Ir além do próprio lugar,
O mundo está em chamas,
e os olhos choram lágrimas de dor.
Emoção não há
Enquanto milhões caem do céu
e o céu cai sobre milhões.
A correria te consome,
O homem consome o homem
e a sintonia se esvai.

Em um vazio de segundos
Onde você está.
Sintomas de uma dor.
Sintonias de dor.

Uma criança morreu em uma estação.
Milhões delas perderam um futuro.
Enquanto homens desabam com armas
pra cima de vidas inocentes.
Você segue uma canção sem fim
E sem sentido ficamos assim
sem sintonia certa,
sem vida certa.

Um amor disperço em meio às manchas e o sangue
e coração se partindo a cada instante.
O homem acaba com o homem,
a dor acaba com o homem.

E você chora por um momento
procurando a saída.
A sintonia certa para encontrar
uma solução que faça o lugar.
Uma solução para continuar a acreditar.

Noite e vinho

O vinho me deixa poetisando
e sem pensar vou traçando
palavras completas em sentimentos perfeitos
Já sentindo, já falando, já querendo.
Queria um rock n' roll bem pesado.
Ou um tango desses que me carregam.
Talvez um beijo que tire o ar
Ou uma história de ninar.
Queria o mundo,
Mas que emoção?
Sinto-me livre.
Por qual razão?
É esta vivência e este vinho que me faz poetizar sem parar.
Falar rimado, humor jogado, amor batido,
do outro lado.
Falar falando, falar cantado.
Noites como essa me fazem pensar
e o vinho assim me faz poetizar sem parar.

Meu eu em você

Um gesto assim meio desatento, não, ela não viu.
Um sorriso assim, um desalento, sim ela sorriu.
Suas faces de tantos gostos
E sua boca de tanto beijos
Beijando a eternidade em um canção
Beijando-me assim como se não houvesse um fim

Seus braços de tantos abraços
e de um carinho que o fim não há
Dar-te-ia agora as minhas mãos
E te levaria para onde não fostes
E te levaria para onde quisera ir.

Sentir-te em mim apenas assim.
Uma luz e tal, a luz da lua.
Você em mim, meu eu em você
O etecetera e tal é o descrever.

Apaixonar-me então por suas mãos.
Seu corpo e o meu, um gesto e seu,
Quando envolvestes meu eu em você.
Saudade assim, sem descrever.
Sentir bem mais, meu eu em você.
Levar-te em mim, levar você.

18 de enero de 2011

Sobre Reality Shows

Um dos fatos mais comentados ultimamente, como sempre, e era de se esperar é claro, é o Reality Show da Rede Globo, o famoso Big Brother Brasil.
Eu particularmente nunca fui muito fã deste programa, porém confesso que acompanhei a primeira edição. 
E com o passar do tempo outras temporadas foram surgindo, só que acabei percebendo que as cenas se repetiam, eram personagens repetidos de corpos diferentes.
Então teríamos o cara do mal, a menina pobre, um homossexual, um casalzinho bonito, alguns negros e a casa nova, sem falar é claro nas festas e na pegação geral.
Bom, o BBB11 é o fato do momento, ao menos nas redes sociais como o twitter.
Antes de começar o programa eu já tinha em mente que as pessoas escolhidas teriam certas “características especiais”. As escolhas foram : uma transsexual, um número maior de negros, vários modelos, uma bissexual, uma trissexual (o que eu não conhecia), sem falar é claro que o maior percentual de pessoas é da região do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ok. 
E começou o debate e a confusão, a sociedade brasileira de uma parte estava animada pelo novo programa e outra parte estava soltando a língua em cima da televisão aberta nacional.
É certo que pensamos na grande ilusão que a mídia causa, no poder que ela tem de informar e conduzir as coisas e os conteúdos. Sabemos que programas como este são de entretenimento e de certa distração para a família brasileira. De outro lado comentamos que estes programas deixam as pessoas burras e acabam acompanhando a vida dos BBB e deixando de viver a sua.
Pois bem, ultimamente tenho retomado alguns estudos de psicologia, filosofia e do ser humano em sociedade. Além disso, quem já estudou as teorias da comunicação deve conhecer muitas das ideias que já se teve sobre a audiência, como na época da segunda Guerra Mundial onde o rádio era utilizado como meio de calar a sociedade e fazê-la a obedecer ordens. Naquele época acreditava-se que a audiência era um alvo amorfo, sem reação alguma diante do que era enviado pelos meios de comunicação. Portanto, seres burros e alienados que não pensavam por si só. 

Mas quem estudou a fundo estas teorias sabe que elas evoluíram com o tempo e os resultados foram se tornando cada vez mais interessantes e consistentes. Quem faz comunicação sabe que a sociedade é composta de nichos, de públicos distintos, cada qual com seu modo de viver, com sua criação e com seu aprendizado que começa na infância. Sabemos também que cada ser tem uma personalidade única e repleta de gostos, atitudes e preferências. Deste modo, eu posso gostar de mpb, mas meu vizinho mesmo ouvindo minhas músicas escolherá o tipo de música que ele prefere para ouvir. Não serei eu quem farei com que ele goste das mesmas coisas que eu gosto.

Voltando a reflexão do programa, as pessoas que assistem o BBB nem sempre são alienadas como se diz. Confesso que já comentei esta besteira, mas analisando de forma diferente percebo que o bom de se ver algo como este programa é poder entender o que a sociedade busca, o que o ser humano busca e desta forma encontrar respostas e pistas para fazer algo novo e diferenciado. 

A psicologia estuda casos como o BBB, pelo fato da convivência das pessoas serem o centro das atenções e debates, pois o ser humano quando se encontra em um local diferente do seu, com pessoas que nunca viu antes, tenta se adaptar ao novo. Além disso, um confinamento faz com que as emoções sejam afloradas e salientadas na relação humana.

O fato de a televisão brasileira mostrar um programa assim, não é diferente de canais de locais como Estados Unidos, Reino Unido, Bulgária e Alemanha. Todos estes países apresentam programas quase idênticos ao BBB Brasil. Ainda no aspecto reality show vemos em canais como MTV, o tal “família MTV” dentre muitos outros que o canal apresenta. Também neste patamar, temos o programa “A fazenda” (o qual nunca vi). 

Outro ponto de destaque em toda essa discussão sobre programas como este, é a superficialidade dos fatos e das histórias. O que não podemos esquecer é que isso é passado todo dia diante da televisão, seja em um jornal de notícias, novelas, filmes e em muitos outros contextos. 

Não defendo este tipo de programa, mas aprendi a respeitar e percebi que ele serve de estudo quando se quer entender as relações humanas e as ações diante de situações inusitadas. Afinal, são estas situações que geram tanta discussão, e da discussão vem o pensamento e do pensamento a reflexão e consequentemente gera o conhecimento. O interessante desta bagunça toda é entender a reação das pessoas lá dentro e aqui fora e o seu modo de ver e viver a vida. 

Quem estudar um pouco vai começar a entender estes fatos e inclusive que os reality shows já estão na mesa de discussões de vários teóricos. O importante é abranger o conhecimento e estudar estas reações da sociedade, principalmente aos comunicadores que sempre devem estar a par do que a sociedade vive, como vive e o que pensa. 

É claro que existem muitos outros fatos de extrema relevância no país e o importante é estar atento a todos eles. Cabe a cada um fazer a sua parte e abrir os olhos da sociedade para todos estes aspectos.

3 de enero de 2011

Ser humano e suas buscas

Um passo diante do mundo e poderia olhar tudo lá de cima. Um abismo, um lugar não habitado onde ninguém quer cair e ficar por lá. Mas vem cá, nós sabemos o que tem lá embaixo? Seja o fim do mundo ou o paraíso é preciso saber.
 É preciso perceber que um detalhe pode valer mais do que qualquer coisa, do que muitas notas no banco e muitos bens materiais. Você passa a vida pensando no ter, no querer e no agora, enquanto eu aqui só queria ver o por do sol, queria sentir aquele abraço e nada mais.
Sabe que não me importa se eu ganhar o mundo ou perdê-lo?

Para mim não importa nada. Gosto da intensidade que ronda os seres e o seu ser, suas matérias e seus conteúdos, estes são os valores. Suas cores e perfumes, suas noites e dias.
Desejaria agora mudar o ponteiro do relógio e parar em um tempo exato, entre você e eu, ou então, no tempo envolvido naquele perfume de pele ao acordar ou ao adormecer, misturado à grama que serve de cama a uma longa noite.
Gostaria de sentir o ar que rodeia seus dias e essas coisas românticas que dizem por ai.

Sempre tive receio desse negócio chamado amor, como pode algo ser bom e ruim ao mesmo tempo? Como posso sorrir sem querer e em outro instante chorar e doer como um ser no fim da vida rastejando por um pouco mais de água, de ar. Como pode o amor ser tão necessário?

Querendo ou não você busca isso, em coisas simples e se não consegue procura em algum alucinógeno, algum álcool, algumas dessas paixões que fazem esquecer as verdadeiras paixões.
Querendo ou não o ser humano finge não querer, finge também ter medo de se entregar. E sabe que criamos barreiras para nossas próprias vontades?
Alguém me disse “quero amar, mas tenho medo", sabemos que amor por um final traz uma tremenda dor. Mas sabemos também que temos uma necessidade imensa dessa coisa chamada envolvimento. E aí vêm àquelas grandes estórias onde se prova de tudo, de amores de todas as cores, formas, tamanhos, línguas e sexos.
Depois disso, não se encontra nada e ainda se procura e aí procuramos o encaixe perfeito, as palavras perfeitas, o cheiro e a respiração que condizem com o nosso jeito de querer e de viver. 
O fato é que nada se encaixa não como nós queremos.
Aí você encontra o sexo perfeito e falta o amor perfeito. Ai vem à conversa perfeita e o beijo incompleto. Depois disso vem coisas superficiais, mas que para você é muito importante.

Você precisa de alguém perfeito, que sempre esteja perfumado, que sempre esteja sorrindo, que te dê liberdade, que te faça sorrir e nunca chorar e se chorar tem que ser de felicidade.
Sim, sim, você busca o paraíso, aquele paraíso que talvez esteja lá no fim do abismo, ou não.
Mas você quer a eternidade, você quer o sexo louco todo dia, o carinho exato, você quer que alguém entenda cada gesto seu, como se isso fosse possível.

O ser humano busca incansavelmente a perfeição e a calmaria, enquanto a vida é o caos.
A vida é uma melodia cheia de notas diferentes escritas em papel que vai se traçando aos poucos, por isso mesmo a vida não é feita de uma nota só, em um só ritmo e em uma só voz.
A vida não é afinada como aquele violino que você ouviu tocar e nem como a voz da moça bonita em cima do palco. Além disso, é preciso saber gingar, sim, ginga, movimento. E nesse movimento você pode cair, isto é, se ficar procurando a perfeição no que não existe.

A vida é o caos que alimenta os dias de ódio, de loucura, de desejo e de paz.
É tudo assim, não tem pausa não, não espere o momento feliz, que a vida seja repleta só de sorrisos, às vezes ela vem e te dá um soco no estômago, mas pra doer mesmo e para você perceber que o sorriso vale mais. Que a vida é bem mais complexa e movimentada do que o seu desejo.
Por que nada é como você quer, tudo é questão de ser fazer existir. 

Não basta querer a perfeição quando você não faz por si o necessário para isso. Não basta buscar, até porque quando você busca geralmente pouco encontra. Não faça buscas inúteis em um paraíso que não existe.
Você precisa dar visão aos detalhes. Dar visão aos detalhes que nem sempre são visíveis.