Duda

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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Casada com a publicidade e amante do Jornalismo. Um alguém que torna-se um ponto de interrogação aos seus olhos. E que nada mais é do que algo que você ignora. Amo as letras,as imagens e o mundo das cores. Talvez por isso que o tão colorido das coisas até cegam outras. Talvez por isso , não sinto o preto e o branco que costumam me perseguir. Redação Publicitária é uma das minhas praias.

12 de julio de 2010

Do começo ao fim - O Filme



Final de tarde e a reunião acontecia, diversas pessoas, diversos pensamentos, idéias e por ai adiante, ou atrás, não importa o fato e nem a situação. Depois de gargalhadas e um ótimo show com uma banda superboa de Curitiba “Dente de Leão”, fomos então à sala de cinema.
“Do começo ao fim” ou do fim ao começo não me importa a ordem aqui descrita.
Mas e ai quem já viu o filme?
A história se baseia em um relacionamento amoroso que surge entre dois irmãos. Com certeza o assunto abordado poderia gerar diversas polêmicas no mundo atual, pois o fato da homossexualidade e o incesto ainda são vistos com certos pudores por alguns olhares da sociedade.  
O fato é que o filme por si só se tornou uma espécie de bolo de cenas mornas, onde a sociedade vive calma e feliz eternamente.
No começo as personagens são crianças e vivem com a ingenuidade delas, o fato é que nem sempre (e na maioria das vezes) uma criança tem o olhar perverso que o adulto tem sobre a sexualidade.
 E em uma das cenas, chegar e perguntar a uma criança se ele tem algo a falar, é como querer fazer com que ele deixe de ter a ingenuidade e pense como um adulto. Pareceu-me que este fato foi escrito ou criado por quem nunca viveu a situação na realidade. Quando que chegamos a uma criança e perguntamos sobre a sexualidade dela sem ao menos ela ao certo saber o que significa?
A história se passa como já li como “uma propaganda de margarina”, onde todos estão felizes em uma união familiar perfeita. Isso, sem objeção, sem nenhuma luta interna que sabemos que todas as pessoas passam na vida não só por descobrir a sua homossexualidade, mas pela situação como no filme de se apaixonar por alguém que não é comum para a sociedade.
Certo que o pensamento do filme poderia ser de uma modernidade, um novo mundo e sem preconceitos. Mas convenhamos, a falta de emoção das cenas e falta de demonstração de intensidade no amor são fatos bem perceptíveis em cada momento.
A transição da infância para o a idade adulta com o sexo é lamentável.
Em qual momento eles descobriram o que acontecia? O que sentiam? O que eram?
A morte da mãe foi como a liberdade e o fim da união familiar. O começo do sexo entre os filhos, não julgo isso, porém faltou a pureza do amor que veio com uma carga de atração que se tentou passar e que nem excitação deu.
Excitação, esse é o nome, em nenhum um momento eu senti revolta, vontade, outra coisa, não senti nada, absolutamente nada. O filme não traz discussão, não faz pensar, parece até a chamada “indústria cultural” da Escola de Frankfurt. O romantismo é fraco e piegas, sem graça e clichê.
Desde quando tudo acontece sem objeção? Que as coisas são perfeitas? Que o mundo é perfeito e que a sociedade fica calada? Que não lutamos contra nós mesmos e contra nossas vontades? Que ficamos perdidos sem saber o que fazer? Desde quando temos pessoas amorfas que só assistem as situações e não fazem nada?  Por que os atores tem corpos esculturais e precisam aparecer nus para demonstrar amor?
Sinceramente, não critico aqui o assunto do filme “homossexualidade e incesto”, porque não acho impossível e não acho errado.
 O que lamento foi a produção, o conteúdo poderia ser exposto com mais sutileza e realidade e traria mais verdade e emoção. As cenas estão em ambientes limpos, lindos e agradáveis, nesse mundo não chove, ninguém briga, nada de errado acontece, tudo flui e na vida tudo flui?
Para pensar e questionar. Quem não viu o filme ainda que veja, quem não quiser não perderá nada.  Mas estou pensando aqui: o gasto com este filme poderia ter gerado algo bem melhor, não acham?  Aluizo Abranches (o diretor) disse que o filme é pós tudo, pois é, acho que o melhor é o tudo e não pós.

2 comentarios:

Nine Stecanella dijo...

Me chamou atenção. Merece ser visto. Assim que puder vou procurar.

Daia dijo...

Segundo comentário que vejo sobre o filme no dia de hoje hehe
O que me tem feito pensar em assitir hehe

Beijo Du!